
Paulo Paixão: "O novo vírus chinês gera mais preocupação por ser da família dos henipavírus"
O virologista explica à SÁBADO que henipavírus têm taxas de mortalidade elevadas. No entanto, até agora não foram registados casos graves.
O virologista explica à SÁBADO que henipavírus têm taxas de mortalidade elevadas. No entanto, até agora não foram registados casos graves.
Chama-se Langya henipavírus e causa sintomas como febre, cansaço e tosse, entre outros. Já foram identificados 35 casos nas províncias de Shandong e Henan.
O vírus, para o qual atualmente não há vacinas ou tratamentos, foi detetado por meio de amostras recolhidas da garganta de pacientes que tiveram contacto recente com animais.
A caça, o comércio de animais selvagens e a agricultura intensiva estão a aumentar a possibilidade de transmissão de vírus dos animais para a espécie humana.
Em 2018 a OMS elaborou uma lista das maiores ameaças epidemiológicas que o mundo enfrentava e avisava para uma doença desconhecida que podia chegar no futuro. Mas houve pouco interesse mundial em produzir soluções.
Responsável pela aplicação da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU defendeu que os países devem agir para evitar epidemias e proibir a realização destes mercados, que vendem animais vivos e mortos para consumo humano.
O vírus, muito comum no Sul e no Sudeste Asiático, é transportado por morcegos, sendo fatal em 70% dos casos.
Investigadores de todas as áreas, desde biólogos a infecciologistas, procuram agora antever como será a saúde global do mundo com as mudanças climatéricas.