Bornito de Sousa e Naulila acusaram de difamação o jornalista britânico Oliver Bullough e a editora que publicou a versão portuguesa do seu livro. Tentaram várias instâncias, alegando que a liberdade de expressão não era "ilimitada". Em causa estavam as críticas aos gastos da então noiva: quase 200 mil euros em vestidos. Perderam.
Ex-vice-presidente pedia €750 mil devido a um livro escrito por um jornalista britânico (também absolvido) que fazia referência aos gastos feitos no casamento da filha.
Bornito de Sousa, ex-vice-presidente de João Lourenço, já vai no terceiro processo em que alega que ele e a filha foram difamados. Perdeu agora pela segunda vez contra Paulo de Morais. Outro processo - contra jornalista britânico e editora portuguesa - ainda decorre em Sintra.
Oliver Bullough, autor do premiado "O País do Dinheiro", diz não perceber o processo movido pelo vice-presidente de Angola e defende o seu trabalho. O pano de fundo são as compras milionárias de vestidos pela filha do político, filmadas pelo canal TLC. Veja aqui o vídeo.
O vice-presidente de Angola veio a Portugal proibir-nos de falar do casamento sumptuoso da sua filha. O Estado português está do lado dele. E o mundo está a ver.
O processo por difamação em que se diz vítima o vice-presidente de Angola é mais um exemplo de como a Justiça portuguesa sabe ser subserviente aos poderes.
Conquistadores que esbanjaram as conquistas, ocupados que se libertaram, descobridores ignorantes de si próprios, sombrios, queixosos e excessivos, generosos e descrentes com fé, gente de desistência e resistência, impaciente e teimosa, acolhedora e nostálgica, murmurante e vociferante. Sem romantismo, os portugueses.
