
OE2025: Receita do Estado com impostos cresceu 22% até junho
Aceleração na entrada de receita tributária é explicada sobretudo pelo facto de as empresas terem entregado o IRC mais cedo do que em 2024.
Aceleração na entrada de receita tributária é explicada sobretudo pelo facto de as empresas terem entregado o IRC mais cedo do que em 2024.
Faça-se o que se fizer, num país onde se ganha mal, baixar o IRS parece sempre bem. Foi aliás essa a política do Partido Socialista nos 8 anos em que governou.
Castro Almeida ameaçou com o fim das contas certas, perguntando onde é que o PS vai "inventar o dinheiro"? A resposta é simples: ao mesmo sítio que o PSD.
A economia empurra a população empregada para um máximo histórico, o que ajuda a encher o erário público como nunca - erário que, por sua vez, financiará o crescimento mais alto da despesa em 30 anos.
O crescimento económico é de onde vem o dinheiro para abrir um pouco os cordões do erário público e manter um excedente orçamental modesto. Miranda Sarmento confirma estratégia política da AD: Estado dos serviços públicos, carga fiscal alta e execução das verbas do PRR não permitem excedentes muito altos.
No meio da incerteza política há algumas certezas (se a economia deixar): o IRS vai baixar, as pensões vão subir com a inflação, o salário mínimo crescerá potencialmente até 1.000 euros e haverá aumentos para várias carreiras no Estado.
Em conferência de imprensa Mariana Mortágua indicou que esta proposta vai constar no programa eleitoral do partido e que iria ter um "impacto muito significativo na fatura de quem consome eletricidade".
"Enquanto o IRS tende a dominar a discussão pública, não é nesse imposto que Portugal se destaca pela elevada carga fiscal", mas sim nos impostos sobre o consumo, lê-se no estudo promovido pela Causa Pública.
Rui Rocha afirmou que terá uma "oposição ao modelo de sociedade de que Pedro Nuno Santos foi cúmplice e que quer agora continuar a reproduzir".
Cai o IUC, os professores afinal já podem ter o tempo de carreira contado, os aumentos de alguns funcionários públicos são antecipados e há promessas várias aos pensionistas. Confirma-se: há eleições à vista.
Luís Montenegro detalhou as cinco principais razões para este voto contra e defendeu que "é um logro dizer que este Orçamento do Estado baixa impostos".
O Orçamento do Estado para 2024 prevê mais um agravamento dos impostos indiretos sobre o consumo, que compensa três quartos da receita perdida no alívio do IRS. Estratégia confirma rumo dos governos do PS desde 2016, favorecendo impostos que se notam menos no imediato. Fiscalistas notam que a alteração penaliza quem tem menos.
Fernando Medina e António Costa contam com a resiliência do emprego - em máximos históricos - para ajudar a pagar as medidas com que esperam alimentar a resiliência do emprego.
Um casal que ganhe 42 mil euros brutos anuais passa a ter mais 874 euros anuais, segundo a consultora Deloitte. Descida das taxas até ao quinto escalão e atualização à inflação beneficia todos os contribuintes. Impostos sobre o consumo mitigam parte da perda de receita.
Sinais do Governo e estrutura do IRS - cuja maioria da receita é sustentada por uma minoria de agregados familiares - leva fiscalistas a prever que alívio se concentre sobretudo nos escalões baixos e médios de rendimento.
Excedente antes do previsto, dívida em mínimo de 12 anos, emprego-recorde, receitas-recorde. Costa e Medina têm espaço inédito para escolher medidas de política pública no Orçamento para o próximo ano.