Sábado – Pense por si

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Vanda Marques

“Fui preso e adorei. Aprende-se tanto em situações de miséria”

Um agente da PIDE partiu-lhe a cabeça, mas não perdeu o ânimo nas três semanas em que esteve em Caxias. Durante o confinamento, aprendeu a usar esfregona e lixívia e não quer parar de trabalhar, a reforma aterroriza-o. Aos 72 anos, Jorge Silva Melo continuava a acordar às 4h da manhã. Morreu esta segunda-feira, aos 73 anos.

Marco Alves

A vida às escondidas. Os judeus perseguidos pela PIDE

Nas décadas de 1930 e 40, e pela primeira vez em muito tempo, os judeus foram um problema em Portugal. A polícia política andava atrás deles e tentou devolver alguns à precedência. Foram meses (às vezes anos) de pressão e angústia até escaparem de vez.

Rita Bertrand

Adeus, ilusões da juventude

Jorge Silva Melo mostra, com um clássico, que “o capitalismo não é para velhos”. De 6 a 15 de agosto no CCB, em Lisboa.

Rita Bertrand

Peças em estreia, para aplaudir como dantes

Da despedida dos palcos de Eunice Muñoz à estreia de um novo Hamlet, há muito a não perder no regresso do teatro ao vivo, depois de três meses cingido ao online. Um pequeno roteiro.

Maria Henrique Espada

O político que disse "eu demito-me": Jorge Coelho (1954-2021)

Coelhone, bombeiro, todo-o-terreno, todo-poderoso, king-maker, o Jorge: acumulou alcunhas, poder, mas cultivou sempre a proximidade de homem do povo. Em todas as conversas dizia "o meu caro amigo". Fez de tudo: manobras de bastidores e discursos inflamados. Mas numa noite de março de 2001 demitiu-se e esse gesto definiu-lhe a carreira. Morreu esta quarta-feira.

O moralista

As mãos de Miller

As peças All My Sons e A Morte de um Caixeiro Viajante resumem o talento de Miller: puxar a tragédia das profundezas, manter os contornos míticos nas heras venenosas do subtexto, duplicar a lição de Ibsen, olhar para o sonho americano como quem olha para uma farsa e jamais recusar a ascese autobiográfica.

Raquel Lito

Tony Miranda: “Gostava de saber porque não me convidam para a Moda Lisboa”

Ficou-se pela quarta classe e agarrou-se ao dedal e à agulha até chegar ao topo. A viagem da aldeia de Torrados até à capital da alta-costura, Paris, fez-se por carro, camião e a pé durante 53 horas. Começou nas obras, recolheu lixo, até a sorte mudar com anúncios de jornais. As casas de grandes costureiros abriram-lhe as portas, mas questiona-se porque continua excluído do calendário de moda nacional.

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