Sábado – Pense por si

Quando as fábricas despedem centenas de uma vez

Tiago Carrasco 01 de maio de 2019 às 10:00

Ruínas, desemprego, migração: os despedimentos coletivos mudam a geografia humana. Rafael vai ter de voltar às obras. Jorge já teve fila à porta mas agora só serve três almoços. Um autarca não sabe o que fazer ao mono físico do que foi em tempos uma indústria. Lições do passado recente e 105 casos de agora.

Numa sala dos Bombeiros Voluntários de Moura, 20 trabalhadores da Moura Fábrica Solar (MFS) encontram-se com dois delegados do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI). Discutem a estratégia a seguir após o anúncio de fecho da fábrica, que vai desempregar 105 pessoas: "Onde vou trabalhar agora?", questiona uma funcionária. "Aqui em Moura não há nada." "É que nem no Minipreço. Lá não entra ninguém com mais de 39 anos", diz outra, quase cinquentenária. "Vou ter de voltar a emigrar", comenta um rapaz, o mais novo ali.

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