Sábado – Pense por si

Nuno Júdice, o poeta do Algarve apaixonado por Paris

Ricardo Santos
Ricardo Santos 18 de março de 2024 às 17:24

Autor premiado, da poesia ao ensaio, passando por romance e teatro, foi conselheiro cultural em Paris, descobriu um soneto inédito de Luís de Camões e liderou, na capital francesa, o instituto que leva o nome do autor de "Os Lusíadas". Morreu no passado domingo, aos 74 anos.

Foi na freguesia da Mexilhoeira Grande, concelho de Portimão, a 29 de abril de 1949, que nasceu Nuno Manuel Gonçalves Júdice Glória. Os primeiros anos de vida acabaram por ser passados naquele Algarve a curta distância do Atlântico e da ria de Alvor, onde a herança árabe estava sempre presente, como recordou em entrevista ao Diário de Notícias em 2022: "... quando fui pela primeira vez a Marrocos senti-me de repente no Algarve que eu tinha conhecido no tempo da minha infância. A arquitetura, as cores das casas, as ruas e a própria comida, os sabores de pratos que tinha conhecido no Algarve e que a minha avó fazia, encontrei-os do outro lado". Do mar, entenda-se, esse obstáculo que considerava "apenas geográfico" entre os dois países e os dois continentes.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Editorial

Só sabemos que não sabemos

Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres