A dias de tomar posse como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa defende que a política tem perdido relevância e quer os portugueses com mais autoestima.
O Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que "o esvaziamento da política" não é "uma solução de futuro" e promete ajudar "a recriar a democracia" no exercício do cargo, num artigo publicado hoje no Expresso. Mas na visita do dia, à cerimónia de abertura da 25ª Festa do Queijo da Serra da Estrela, ainda deixou uma mensagem aos portugueses. "O povo português é extraordinário e não há razão nenhuma para que os governantes e demais titulares do poder político não sejam extraordinários", disse nos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.
No texto publicado, Marcelo Rebelo de Sousa percorre a história da República portuguesa e conclui que, nas últimas décadas, em Portugal e noutros países, "a política pura tem dado lugar às finanças mais do que à economia e ao social", que "a cultura tem sofrido idêntico percurso" e que "as vicissitudes da União Europeia e a globalização têm, com frequência acentuado essa relativização da política".
"E, no entanto, o esvaziamento da política e, por maioria de razão, da cultura que deve estar-lhe subjacente, não pode ser uma solução de futuro", escreve o próximo Presidente da República (PR), que toma posse na quarta-feira.
Ao vivo, o discurso foi mesmo em prol do ânimo nacional. "Uma das ideias para os próximos anos é aumentarmos a nossa autoestima", disse.
Prepara-se o Governo para aprovar uma verdadeira contra-reforma, como têm denunciado alguns especialistas e o próprio Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, num parecer arrasador.
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No meio do imundo mundo onde estamos cada vez mais — certos dias, só com a cabeça de fora, a tentar respirar — há, por vezes, notícias que remetem para um outro instinto humano qualquer, bem mais benigno. Como se o lobo mau, bípede e sapiens, quisesse, por momentos, mostrar que também pode ser lobo bom.
