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Autárquicas: A guerra suja dos perfis falsos

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 07 de outubro de 2025 às 23:00

Candidatos são alvo de ataques coordenados de bots. Em Setúbal, Dores Meira teve de bloquear mais de dois mil. Em Sintra, recorrem a IA.

Em Sintra, entre o fim de julho e o início de agosto, Leo Pontes e Matos Rafael coincidiram diversas vezes em ataques à candidata socialista Ana Mendes Godinho. “Desde que entrou na política, Ana Mendes Godinho acumulou cargos e protagonizou decisões desastrosas”, escreveu Leo Pontes, com foto de perfil feita por Inteligência Artificial (IA) – e um texto igualmente gerado por IA. Dez minutos depois, Matos Rafael publica ipsis verbis o mesmo texto noutro grupo, chamado “Moradores de Massamá – Sem Censura”. “O mesmo conteúdo era postado pelas duas contas em diversos grupos com dois, três, cinco minutos de diferença. Começava muito cedo, por volta das 7h da manhã, parava durante o horário de trabalho, recomeçava às 6h da tarde”, afirma Guilherme Oliveira, que dedicou a tese ao fenómeno da desinformação – e tem feito um levantamento de bots e perfis falsos neste concelho. Ana Mendes Godinho também identificou estes ataques de “perfis falsos ou sem identidade”, “replicados de forma quase coordenada em dezenas de grupos locais”, com o objetivo de “saturar o espaço público e manipular a opinião”.

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