Sábado – Pense por si

Vamos lá para fora?

17 de março de 2009 às 16:13

No próprio dia, José Eduardo Martins recebeu várias mensagens no telemóvel, quase todas de apoio. Na manhã seguinte, no café, um cliente aproximou-se e levantou-lhe os dois polegares. O problema é que a filha de 8 anos percebeu que o pai estava a ser muito falado. A sogra ouviu na padaria que ele tinha negócios nos painéis solares. E o pai estava furioso: o episódio de sexta-feira, em que o filho disse “vai para o c...” a outro deputado, deixou-o envergonhado. José Eduardo Martins, embora preocupado com o que a frase fará à sua imagem, relativiza: “Nunca deixei de dizer o que penso. Normalmente não recorro ao palavrão. Se vão começar a dissecar os apartes, ainda há 15 dias o Sócrates chamou pulha ao Paulo Rangel. Não tinha era a câmara virada para ele.” Mas não lamenta só o facto de ter sido apanhado: “Tenho noção de que fiz um grande disparate. Agora, eu sou bruto. Sempre fui. No último conselho nacional o único que disse ao Pedro Passos Coelho duas ou três das que ele precisava de ouvir fui eu.” Os amigos são unânimes: é “contundente” e “vaidoso”. Ele reconhece sem dar o flanco: “Sou, mas esse não é o pior dos defeitos.” Quando era vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, liderada por Santana Lopes, causou incómodo a sua falta de paciência para os que achava mal preparados e a sua “arrogância intelectual”.

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