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Trabalhadores de duas empresas de mármore no Alentejo com salários em atraso

11 de dezembro de 2019 às 21:06

Administrador executivo das duas empresas, Luís Sotto-Mayor, reconheceu que os vencimentos de outubro e novembro estão em atraso e lembrou que o subsídio de Natal "só vence no dia 15".

Trabalhadores de duas empresas alentejanas do setor dosmármores, em Vila Viçosa e Borba (Évora), estão a pedir a suspensão dos contratos por salários em atraso, mas a administração disse que o problema está "em resolução".

A situação nas empresas Marmetal, localizada em Vila Viçosa e dedicada à extração de mármore, e Margrimar, situada em Borba e dedicada à transformação do mesmo material, está a ser acompanhada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Cerâmica, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul (STCCMMCS).

"Os trabalhadores das duas empresas estão a avançar para a suspensão dos contratos de trabalho, uma vez que existe esta situação dos salários em atraso de outubro e novembro e têm agora a perspetiva de não receberem o subsídio de Natal, que vence no dia 15", explicou esta quarta-feira à agência Lusa o dirigente sindical Nuno Gonçalves.

Segundo o mesmo sindicalista, o STCCMMCS já promoveu um plenário, no início deste mês, com trabalhadores de ambas as empresas e realizou hoje outro com funcionários da Marmetal, a única delas em que tem associados.

"A administração das duas empresas tinha dado a palavra de pagar os salários na quarta-feira da semana passada, mas, quando não pagou, sabemos que, no dia a seguir, um conjunto de trabalhadores da Margrimar começou a tratar da documentação e a avançar para a suspensão dos contratos de trabalho, para poder ter acesso ao subsídio de desemprego", referiu.

Do plenário realizado hoje, o sindicato ficou a saber que "trabalhadores da Marmetal também já começaram, esta terça-feira, a entregar a suspensão dos contratos de trabalho".

No conjunto, as duas empresas "têm cerca de 30 trabalhadores" e, segundo Nuno Gonçalves, do que é possível perceber, "estão unidos nesta decisão de avançar com a suspensão dos contratos para poderem ter acesso a algum rendimento, através do fundo de desemprego, e tentarem passar um Natal mais ou menos digno".

"Até ao Natal não se perspetiva que haja alguma evolução e, no início do ano, é tentar perceber se a situação evoluiu positivamente e decidir o que fazer", acrescentou o sindicalista.

Contactado pela Lusa, o administrador executivo das duas empresas, Luís Sotto-Mayor, reconheceu que os vencimentos de outubro e novembro estão em atraso e lembrou que o subsídio de Natal "só vence no dia 15", ou seja, no próximo domingo.

O responsável admitiu que tem assinado "papéis para a suspensão de contratos de trabalho", mas disse não saber, até agora, "quantos trabalhadores" já formalizaram o processo.

Segundo o administrador, "o assunto está a ser tratado" e "é para ser resolvido a muito curto prazo", com os objetivos de "pagar aos trabalhadores e restabelecer a atividade das empresas".

"A situação está em fase de resolução e, mal isso aconteça, os trabalhadores recebem o que têm a receber. A ideia é pagar-lhes tudo e as empresas poderem voltar à normalidade", disse.

A Marmetal, do lado de Vila Viçosa, e a Margrimar, do lado de Borba, ficam situadas junto da Estrada Municipal 255, mesmo perto do troço que, a 19 de novembro do ano passado, colapsou, provocando cinco vítimas mortais.

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