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Raimundo desafia Montenegro a "assumir responsabilidades" se estiver a questionar Justiça

Lusa 08 de outubro de 2025 às 13:37

Secretário-geral do PCP disse não querer "alimentar a narrativa" de que as notícias sobre o caso Spinumviva são feitas "a propósito e à medida", em tempo de campanha eleitoral, mas deixou um desafio ao primeiro-ministro.

O secretário-geral do PCP desafiou esta quarta-feira o primeiro-ministro a "assumir responsabilidades" se estiver a questionar os tempos da Justiça e previu que o próprio terá de "tirar conclusões" políticas do caso Spinumviva, apesar de não pedir a sua demissão.
Paulo Raimundo desafia Montenegro sobre caso Spinumviva em Beja NUNO VEIGA/LUSA
Em declarações aos jornalistas durante uma arruada em Beja, Paulo Raimundo disse não querer "alimentar a narrativa" de que as notícias sobre o caso Spinumviva são feitas "a propósito e à medida", em tempo de campanha eleitoral, mas deixou um desafio ao primeiro-ministro. "Se o senhor primeiro-ministro está a querer levantar suspeitas sobre os tempos da Justiça, ele tem de assumir essa responsabilidade", afirmou, reforçando que, se Luís Montenegro "entendeu levantar suspeitas sobre os tempos da Justiça, vai de ter de responder sobre isso". Paulo Raimundo afirmou que, para o PCP, "o país devia ter sido poupado a esta novela" da Spinumviva, reiterando que, quando surgiram as primeiras notícias sobre o caso da empresa familiar de Montenegro, o próprio devia "ter tomado a atitude de se demitir", para "salvaguardar a sua imagem e o país". O secretário-geral do PCP referiu que o primeiro-ministro optou por "forçar eleições, pensando que as eleições resolviam este problema", mas, agora, "aí está outra vez". "Do ponto de vista judicial, apure-se o que é para apurar. Do ponto de vista político, alguém vai ter de tirar conclusões deste processo todo. Não seremos nós, será o próprio", previu. Questionado se defende a demissão do primeiro-ministro, Paulo Raimundo perguntou "para quê" e disse nunca ter defendido a demissão de Luís Montenegro, mas apenas salientado que a atitude correta do primeiro-ministro era demitir-se quando surgiram as notícias. "O que devia ter dito era: perante isto, para que não se levantem suspeitas, para que não se criem suspeitas de profunda instabilidade, eu demito-me", disse, sem querer comentar se Luís Montenegro tem condições para exercer o cargo, por considerar que o problema é igual ao de há seis meses. "Não há nenhuma coisa que se alterou. Há as questões formais, judiciais, têm um caminho. Do ponto de vista político, a situação é exatamente a mesma do que era há seis meses atrás", disse. Esta terça-feira, o primeiro-ministro afirmou hoje estar "estupefacto e revoltado" com o teor das notícias divulgadas sobre o caso Spinumviva e falou mesmo "em pouca vergonha", dizendo aguardar a "análise e o juízo do Ministério Público". A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu que a averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva está em curso e o Ministério Público aguarda ainda documentação, pelo que a averiguação continua. "Não há, assim, neste momento, qualquer convicção formada que permita encerrar a referida averiguação preventiva nem nada foi proposto ao Procurador-Geral da República neste domínio", refere um comunicado da PGR.
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