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“Quantos são?” Aumenta pressão sobre os dados da amamentação, mas Ministério não tem respostas
Depois de ter falado dos "abusos", Maria do Rosário Ramalho tem evitado responder às questões sobre o número de casos, até porque, tal com Marta Esteves explicou à SÁBADO, provavelmente é impossível.
Depois de a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ter afirmando, numa entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, que existem abusos no direito à amamentação as pressões para que Maria do Rosário Ramalho apresente os dados que sustentaram as suas afirmações aumentam, com especialistas, partidos e meios de comunicação a questionarem o ministério, até ao momento sem sucesso.
Ministra do Trabalho questionada sobre dados da amamentação
iStockphoto
A importância de amamentar
“Todos sabemos que os primeiros seis meses de vida são os em que a amamentação é mais importante, mas meter em causa em que idade se deve parar transforma negativamente as perceções das mães e da sociedade sobre a amamentação”, defende Manuel Magalhães. Além disso, o pediatra explica que “apesar de existir a preceção de que se deve amamentar apenas até aos dois anos isso não é verdade”, até porque “o que a OMS pede é que haja amamentação complementar até aos dois anos, depois dessa idade pode ser mantida enquanto for boa para a mãe e para o bebé”. Manuel Magalhães partilha que existem várias evidências científicas de que a amamentação depois dos dois anos “reduz a probabilidade de cancro do ovário e da mama na mãe, além de reduzir o risco de diabetes tipo 2”. Já para o bebé tem benefícios com a “redução de risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, mortalidade e melhora o QI”. Tendo em conta estes benefícios o pediatra saliente que uma aposta da melhoria das condições de amamentação é “uma estratégia baratíssima que a longo prazo reduz muito os gastos em saúde”. Além de todos estes fatores, o médico reforça a importância da amamentação enquanto “momento de vínculo emocional entre a mãe e o filho”. A realidade é que “estamos muito longe das metas estabelecidas” e que “para lá chegar é preciso apoiar a amamentação”. Segundo a OMS a primeira coisa a fazer é criar políticas de apoio à amamentação no local de trabalho e depois aumentar as campanhas nacionais de informação sobre a importância da amamentação.Uma discussão maior
Apesar da falta de dados e da relutância da ministra em voltar a falar deste tema, Marta Esteves acredita que poderia ser benéfico se fosse mesmo a SS a pagar as horas de dispensa concedidas pela licença de amamentação, isto porque “poderia reduzir em muito o assédio laboral a que estas mulheres são sujeitas”. Mais do que isso, a advogada partilha que esta polémica “gerou muita reflexão na sociedade civil sobre se estes não deveriam ser direitos dados a todas as crianças”. Para Manuel Magalhães esse foi também o ponto positivo: “Precisamos de discutir mais os direitos parentais”. A realidade é que, se voltarmos aos dados da OMS, é recomendada a amamentação exclusiva até aos seis meses, algo impossível para a maioria das mães em Portugal, uma vez que a licença de maternidade vai apenas até aos cinco meses (que devem ser divididos entre a mãe e o pai). O médico vai mais longe e deixa uma ideia: “Por mim a licença de amamentação até poderia acabar porque deveria ser substituída por uma licença de parentalidade que podia ser usada por qualquer um dos progenitores”. No seu ponto de vista, os primeiros seis meses seriam pagos na totalidade e idealmente gozados pela mãe, “mas sem ser discriminatório se forem gozados pelo pai, porque mais do que alimentação estamos a falar de vínculo”. Depois disso, “a licença poderia ser alargada até aos dois anos durante o qual o Ministério em vez de estar a pagar a Creche Feliz, pagava aos pais que desejassem ficar com os seus filhos em casa”. Acima de tudo, Manuel Magalhães acredita que “é importante que este tema seja discutido e que o Ministério queira ouvir os especialistas”.Artigos Relacionados
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