PJ do Norte faz maior apreensão de moedas virtuais de sempre em Portugal
Valor apreendido numa vivenda em Gaia equivale a 130 mil euros. Casal suspeito foi detido.
A Directoria do Norte da Polícia Judiciária anunciou, esta quarta-feira, que apreendeu códigos de moedas virtuais no valor equivalente a 130 mil euros numa vivenda em Gaia, detendo um casal suspeito, naquela que foi a "maior apreensão" do País.
"É a primeira apreensão de moedas virtuais no Norte de Portugal e deverá ser a maior até ao momento em Portugal", disse àLusafonte da Directoria do Norte da Polícia Judiciária da Secção Regional de Investigação do Branqueamento e Infracções Tributárias, explicando que a moeda virtual é actualmente o meio mais utilizado para fazer "lavagem de dinheiro".
"Serve para financiar tudo, desde terrorismo, a tráfico de estupefacientes, tráfico de seres humanos e até corrupção", avançou a mesma fonte policial, referindo que além da apreensão das moedas virtuais, principalmente 'bitcoins', também apreenderam 'gifts cards' (cartões presentes), no valor de 5.500 euros, e diverso material informático.
Os dois detidos, de 34 e 35 anos, no âmbito da operação policial por suspeita de crimes de branqueamento e burla informática e acesso ilegítimo, viviam como casal numa "vivenda geminada" em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, acrescentou a mesma fonte.
O homem detido é considerado um 'expert' (especialista) em informática e a mulher detida, a companheira, tinha várias contas bancárias. Uma dessas contas bancárias movimentou em 2017 mais de "300 mil euros" em apenas quatro meses.
A Polícia Judiciária adiantou ainda àLusaque a detenção do casal, que não tinha "ocupação laboral"," nem fazia declarações ao fisco desde 2016", resultou de uma investigação desenvolvida pela PJ que permitiu recolher indícios de que os suspeitos efectuariam um conjunto de procedimentos, com recurso a meios informáticos, burlando e lesando vários cidadãos estrangeiros.
O "fruto" dessa actividade era posteriormente objecto de acções, visando a sua "ocultação das entidades fiscalizadoras, tendo como objetivo o branqueamento das quantias provenientes da actividade ilícita desenvolvida", lê-se no comunicado de imprensa da PJ enviado hoje aos jornalistas.
A PJ refere ainda que o casal obteve com esta "actividade ilícita elevados proventos económicos", tendo-se apurado, até ao momento, a existência de lesados em França e Espanha, mas presume-se que existam "mais lesados na maior parte do espaço europeu".
Durante a operação foram também apreendidos saldos de contas bancárias, um apartamento, uma viatura automóvel, dezenas de cartões bancários, telemóveis e outros bens.
Em Portugal ainda não há regulação para a actividade da moeda virtual.
Portugal é considerado "um país apelativo para a mineração do bitcoin", refere fonte da Secção Regional de Investigação do Branqueamento e Infracções Tributárias.
"Temos inquéritos a correr em Portugal com estrangeiros a utilizar Portugal, porque é um país que permite facilmente abrir uma sociedade e uma conta bancária".
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