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Ordem dos Médicos diz que SNS está ligado ao ventilador e pede mais investimentos

10 de julho de 2019 às 16:44

"Nós temos uma deficiência grave no SNS. É bom que a senhora ministra perceba isso e bata o pé ao ministro das Finanças e explique que é preciso, de facto, investir mais", defendeu Miguel Guimarães.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, afirmou esta quarta-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está "ligado a um ventilador" e instou a ministra da Saúde a "bater o pé" ao colega das Finanças.

"Nós temos uma deficiência grave no SNS. É como se o SNS tivesse ligado a um ventilador, mas esse ventilador são os profissionais de Saúde. É bom que a senhora ministra (Marta Temido) perceba isso e bata o pé ao ministro das Finanças (Mário Centeno) e explique que é preciso, de facto, investir mais", defendeu o bastonário.

Miguel Guimarães, que falava a jornalistas após uma visita ao hospital Amadora Sintra, queixou-se da falta de recursos humanos nos hospitais e das exigências que essas falhas colocam aos profissionais de saúde.

"Se amanhã estes profissionais deixassem de fazer serviço de urgência e horas extraordinárias o Serviço Nacional de Saúde fechava as portas e acabaria por desaparecer. Nós queremos um SNS para todos os portugueses e não para meia dúzia de portugueses", observou.

O bastonário da OM alertou que a degradação do SNS está a "empurrar" cada vez mais utentes para os serviços de saúde privados e apelou para que a ministra da Saúde "lute pelo SNS no Conselho de Ministros".

"O número de portugueses que têm um seguro privado de saúde é de 35/40 por cento. Caminhamos para uma linha vermelha que não podemos ultrapassar. Aquilo que os portugueses querem é um SNS com melhor capacidade de resposta e é isso que a ministra da Saúde tem de oferecer", sublinhou.

Presente nesta visita esteve também a Federação Nacional de Médicos, que através da sindicalista Guida da Ponte, lamentou o fracasso nas negociações entre os sindicatos e o Governo.

"Após quatro anos de negociações não é aceitável que a ministra da Saúde não tivesse apresentado respostas. Não tivemos outras opções se não abandonar as reuniões. Não podemos enganar os colegas e fingir que está tudo bem, quando, na verdade, existe uma grave carência de recursos humanos", atestou.

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