Secções
Entrar

Movimento Greve Cirúrgica apela à identificação dos contribuidores

09 de fevereiro de 2019 às 18:14

"Estamos preparadíssimos, não temos nada a esconder, sempre dissemos isso", diz Catarina Barbosa, representante do Movimento Greve Cirúrgica.

O Movimento Greve Cirúrgica pediu hoje a todas as pessoas que contribuíram ou que desejem no futuro contribuir na recolha de fundos 'online' para o financiamento da greve dosenfermeirosque se identifiquem, porque "não há nada a esconder".

"Estamos preparadíssimos, não temos nada a esconder, sempre dissemos isso", afirmou à agência Lusa Catarina Barbosa, representante do Movimento Greve Cirúrgica, numa reação à informação, avançada hoje pelo semanário Expresso, de que a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai investigar a origem dos fundos recolhidospelos enfermeiros através de uma plataforma de financiamento colaborativo, 'crowdfunding', para as recentes greves daquela classe profissional.

À Lusa, a representante disse que o movimento enviou na sexta-feira, "antes de sair a notícia", um 'email' a todos os contribuidores para que esses verificassem se as suas contribuições tinham sido anónimas ou não.

"E com um pedido para as pessoas se identificarem, exatamente porque não temos nada a esconder", prosseguiu.

Catarina Barbosa indicou que o movimento já recebeu, entretanto, 'emails' de várias pessoas que querem alterar o 'status' de anónimo e colocarem a respetiva identificação.

"Acreditamos que se calhar, até ao fim do dia de hoje ou de amanhã [domingo], esse problema ficará resolvido. Porque nós nunca tivemos nada a esconder, não é por causa dos anónimos que as coisas vão ser diferentes", afirmou a representante do Movimento Greve Cirúrgica, que organizou a recolha de fundos para as paralisações.

E acrescentou: "Estamos tranquilos, estamos à espera. O que nós queríamos era mesmo isso, que investigassem para acabarem mesmo com essa suspeita que existe, dos privados estarem a financiar, assim realmente vai ficar resolvido, vai ficar resolvida a questão. E espero que não se volte a falar mais desta situação. É a melhor forma de resolver isto".

Questionada se o movimento foi, entretanto, contactado pela ASAE, Catarina Barbosa disse que, até agora, não houve qualquer contacto.

Segundo a edição de hoje do semanário Expresso, a ASAE vai investigar o fundo solidário que está a financiar a greve dos enfermeiros, perante as crescentes suspeitas sobre a origem do 'crowdfunding', que já angariou mais de 784 mil euros.

"As circunstâncias atuais precipitaram uma avaliação prévia às seis campanhas ativas, entre as quais a dos enfermeiros", disse ao semanário o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar.

Na quinta-feira, fonte oficial da ASAE disse à agência Lusa que não fez qualquer inspeção às plataformas de 'crowdfunding' desde que foram criadas, há quase quatro anos, porque a legislação não está ainda uniformizada com as medidas de combate ao branqueamento de capitais.

"Havendo necessidade de serem estabelecidas regras para esta atividade, não foram até à data desenvolvidas ações de inspeção", disse a ASAE numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela