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Mortágua acusa Executivo de "confusão entre reformar o Estado e enfraquecê-lo"

Lusa 18 de junho de 2025 às 10:57

"As principais propostas deste Governo para o trabalho são transformar aumentos salariais regulares em prémios esporádicos (...) ou aumentar os dias de férias desde que os trabalhadores deixem de receber salário", criticou.

A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, acusou esta quarta-feira o Governo de confundir a reforma do Estado com o seu enfraquecimento, numa intervenção crítica do programa do executivo que acabou por ficar a meio.

Tiago Petinga/ LUSA

No encerramento do debate do programa do XXV Governo Constitucional, que decorreu desde terça no parlamento, a deputada única Mariana Mortágua questionou o que é que mudou entre o documento apresentado o ano passado pelo anterior executivo PSD/CDS-PP e este.

"O primeiro-ministro é o mesmo, os ministros são praticamente os mesmos, a ministra da Saúde em particular é penosamente a mesma", criticou a bloquista, que também lamentou que a política de habitação se mantenha por considerar que os preços vão continuar a subir.

Mortágua continuou, considerando que se mantém "exatamente a mesma confusão entre reformar o Estado e enfraquecê-lo", entre "aumentar a qualidade dos serviços públicos e desgraduar o Estado".

Na ótica da bloquista, que já tinha anunciado que ia votar a favor da moção de rejeição ao programa do executivo apresentada pelo PCP, duas áreas mudam no programa do Governo, começando pelo trabalho, setor onde o executivo "já não esconde ao que vem".

"As principais propostas deste Governo para o trabalho são transformar aumentos salariais regulares em prémios esporádicos que não pagam contribuições para a Segurança Social, que destroem as carreiras, toda a vida de contribuições de pensionistas. Ou aumentar os dias de férias desde que os trabalhadores deixem de receber salário", criticou.

A bloquista ia abordar a segunda "grande mudança" no documento, começando por alertar para a "radicalização" proveniente de grupos de extrema-direita, mas esta crítica acabou por ficar a meio porque o tempo da deputada única terminou.

Mariana Mortágua tinha dois minutos e trinta segundos, tal como os deputados únicos do Juntos Pelo Povo (JPP) e do PAN, e acabou por não terminar a sua intervenção.

Contudo, manteve-se durante uns minutos no púlpito, ao mesmo tempo que o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco repetia que o tempo tinha terminado.

"O tempo da senhora deputada acabou não posso dar mais tempo do que o regimento permite", afirmou Aguiar-Branco.

Mortágua manteve-se no púlpito, perante vários protestos vindos da bancada do Chega, mas acabou por sair para o seu lugar no hemiciclo.

Ao mesmo tempo que se ouviam críticas vindas da bancada liderada por André Ventura, José Pedro Aguiar-Branco deixou um reparo: "Os votos dos portugueses são exatamente iguais. Quem vota no Chega, no BE ou noutro partido qualquer. Quando se pede respeito para os nossos eleitores temos que pedir o respeito para os outros eleitores".

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