Marcelo Rebelo de Sousa: "Este 10 de Junho de 2024 é um retrato fiel de um Portugal uno na sua diversidade"
Cerimónia decorre, este ano, em Pedrógão Grande. O Presidente homenageou as vítimas dos incêndios e falou do futuro, de uma "reconstrução com novos habitantes, nacionais e estrangeiros".
"Portugal não é só mar, oceanos e litorais. Não é só interiores, mais ou menos profundos. Não é só cidades, metrópoles. Não é só vilas e aldeias", começou por dizer o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso de 10 de Junho, numa cerimónia que se realiza em Pedrógão Grande, em homenagem às vítimas dos incêndios de 17 de junho de 2017.
Portugal é celebrado por todos, sublinhou o Chefe de Estado. "Este 10 de Junho de 2024 é um retrato fiel desse Portugal uno na sua diversidade."
No tradicional discurso no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que o País não esquece as tragédias, mas celebra também as vitórias nacionais. "Juntando concelhos maiores ou menores, mais centro norte ou a centro sul, todos, mas todos, orgulhosos dos seus caboucos, das suas origens e todos com gente dispersa nas Europas, nas Áfricas e nas Américas."
Lembrando ainda a comemoração dos 500 anos de Camões. "Todos, mas todos, como Camões, que foi combatente, como tantos dos nossos, século após século, indomável, mas também rufião, conviva do povo mais povo e ao mesmo tempo letrado, poeta lírico e épico, amoroso e escritor sobre amores, contador da nossa história, a antiga e aquela que ele próprio fez todos os dias da sua vida."
"As raízes são antigas e fortes. A têmpera ainda mais forte, que os digam os nossos soldados, ex-combatentes, tantos aqui presentes, garante da nossa liberdade e da nossa soberania. Acertámos e falhámos e assumimo-nos como somos, sem complexos." O Presidente defendeu ainda um "futuro mais igual e menos discriminatório para todos os portugueses" e que haja sempre "lugar para o sonho", por mais difícil que seja o momento.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que uma tragédia como Pedrógão Grande (onde morreram mais de 60 pessoas) "não pode voltar a acontecer". Não esquecendo o "respeito" e "saudade" pelas vítimas do incêndio, disse ainda que a cerimónia "evoca o passado, mas quer lançar o futuro. A reconstrução com novos habitantes, nacionais e estrangeiros".
"Portugal e os portugueses são sempre melhores do que as antevisões dos arautos dos infortúnidos. Somos sempre melhores do que pensamos e do que outros gostam de pensar", exortou Marcelo Rebelo de Sousa. Terminando o seu discurso dizendo: "Por isso nós, orgulhosamente, vivemos quase 900 anos de passado sempre feito futuro. Viva Portugal".
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