Secções
Entrar

Incêndios: Câmara de Seia pede reunião urgente a Eduardo Cabrita sobre meios aéreos

01 de junho de 2019 às 17:14

Autarca questiona retirada dos meios aéreos pesados de combate a incêndios do Aeródromo Municipal da Serra da Estrela, "por alegada falta de condições".

A Câmara Municipal deSeiaanunciou hoje ter pedido uma reunião com caráter de urgência ao ministro da Administração Interna, face à eventualidade de os meios aéreos pesados de combate a incêndios saírem do aeródromo local.

A autarquia presidida por Carlos Filipe Camelo (PS) refere, em comunicado hoje enviado à agência Lusa, que "embora não disponha de qualquer informação oficial", questionou o Governo sobre a retirada dos meios aéreos pesados de combate a incêndios do Aeródromo Municipal da Serra da Estrela, "por alegada falta de condições de segurança, denunciadas pelo operador".

O autarca enviou na sexta-feira uma carta ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a quem "solicitou uma audiência com caráter de urgência" e a desmentir "a existência de quaisquer anomalias" que impeçam a presença dos meios aéreos em Seia.

"A sua deslocalização, a acontecer, terá a nossa firme oposição, pois tal não coincide com os compromissos assumidos pelo Governo e com o discurso que tem mantido relativamente à valorização do interior, para além de constituir um mau exemplo de gestão dos dinheiros públicos, considerando o investimento municipal ali efetuado", garante o autarca.

Na nota enviada à Lusa, o município esclarece que, "com os aviões já estacionados e a operar a partir de Seia, a Câmara Municipal recebeu, no dia 24 de maio, o segundo Comandante Operacional Distrital da Guarda" que informou "que a empresa operadora dos meios aéreos, a Babcock International, alegava um conjunto de inconformidades que comprometiam a segurança da operação".

Segundo a nota, as inconformidades estão relacionadas com a "perda de certificação em 2014", um argumento que a autarquia considera "muito pouco consistente, porquanto o Aeródromo dispõe de autorização, há diversos anos, para operações de proteção civil, combate a incêndios e emergência médica, pelo que a ausência de certificação nunca foi um obstáculo".

Outra denúncia, relacionada com a existência de obstáculos "a curta distância da pista e danos na vedação", são argumentos que também "não colhem" junto do município de Seia.

Já sobre a inexistência de um Serviço de Luta Contra Incêndios, esclarece que, "por se tratar de uma infraestrutura aeronáutica não certificada, mas autorizada para operações de proteção civil, combate a incêndios e emergência médica, não dispõe de meios próprios de extinção de incêndios em aeronaves, nem equipas preparadas para o fazer".

A Norma Operacional Permanente 5201|2014 da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) "é muito clara, imputando aos respetivos CODIS [Comandantes Distritais] que assegurem os planos e os meios locais de combate em caso de incêndio nos meios aéreos", aponta.

Por último, segundo a fonte, a empresa denuncia a "suposta existência de um 'buraco' na pista".

O município de Seia explica que "não existe qualquer 'buraco', mas sim um assentamento que se verifica há vários anos e que já havia sido observado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) quando efetuou uma inspeção ao aeródromo em agosto de 2011".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela