Secções
Entrar

Ferro elogiou "mensagem construtiva" que acompanha veto de Marcelo

03 de janeiro de 2018 às 13:18

O presidente da Assembleia da República sublinhou que o veto à alteração da lei do financiamento dos partidos não é anti-partidária.


O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, elogiou hoje a "mensagem construtiva" que acompanha o veto do chefe de Estado à lei do financiamento dos partidos por não ceder ao discurso populista anti-parlamentar e anti-partidos.

1 de 3
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

Em declarações à agência Lusa, Ferro Rodrigues sublinhou que a "mensagem é construtiva e, como é óbvio, sem qualquer cedência a formas de populismo anti-parlamentar e anti-partidos", considerando que "a partir de agora, a Assembleia da República terá a possibilidade de clarificar de forma aprofundada as razões das alterações à Lei nos casos em que elas sejam consideradas necessárias".

"De uma coisa não restam dúvidas: a absoluta necessidade, que me foi transmitida pelo Tribunal Constitucional, de serem introduzidas na Lei alterações que garantam melhores condições de fiscalização às contas partidárias e eleitorais", acentuou.

Ferro Rodrigues recordou ainda que "o Grupo de Trabalho para o Financiamento dos Partidos e das Campanhas Eleitorais foi constituído na esfera de autonomia própria da 1ª Comissão Parlamentar".

Fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República disse à Lusa que Marcelo Rebelo de Sousa informou previamente o parlamento das razões que justificaram o veto político à lei do financiamento dos partidos.

"O senhor presidente da Assembleia da República anota e agradece o gesto institucional e pessoalmente impecável do senhor Presidente da República ao ter dado conta à Assembleia da República desta sua decisão", disse a mesma fonte.

Marcelo Rebelo de Sousa vetou na terça-feira as alterações à lei do financiamento dos partidos políticos, segundo uma nota colocada nosite da Presidência da República na Internet.

O veto presidencial obriga os deputados a duas opções: ou alteram o diploma para ultrapassar as dúvidas do chefe do Estado ou confirmam a lei com uma maioria alargada de dois terços.

O parlamento aprovou em 21 de Dezembro, em votação final global, por via electrónica, alterações à lei do financiamento dos partidos, com a oposição do CDS-PP e do PAN, que discordam do fim do limite para a angariação de fundos.

Com as alterações agora introduzidas, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) passa a ser a responsável em primeira instância pela fiscalização das contas com a competência para aplicar as coimas e sanções.

PS, PSD, PCP, BE e PEV concordaram em mudar outras disposições relativas ao financiamento partidário, entre os quais o fim do limite para as verbas obtidas através de iniciativas de angariação de fundos e o alargamento do benefício da isenção do IVA a todas as actividades partidárias.

Até agora, os partidos podiam requerer a devolução do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), mas apenas para actividades directamente relacionadas com a propaganda.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela