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Empresários do Algarve temem não recuperar quebras pelo Verão tardio

28 de julho de 2018 às 08:50

Um vendedor de bolas de Berlim na praia da Rocha Baixinha, em Albufeira, confirma a quebra nas vendas em relação ao verão passado, que situa em "20% ou até mais" e conta que se nota que há menos gente na praia este ano.

A chegada tardia do verão e a instabilidade climatérica estão a causar quebras de receitas nos negócios de praia no Algarve, com os empresários a temerem que Agosto não chegue para recuperar as perdas de Junho e Julho.

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Algarve
Foto: Marisa Cardoso
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Depois de um mês de Junho muito fraco a nível comercial, também na primeira quinzena do mês de Julho se verificaram quebras relativamente ao ano passado e os negócios começam agora aos poucos a ganhar vida, sobretudo desde o dia 15 de Julho, relataram à Lusa vários empresários.

João Mota Gomes, que detém uma concessão na praia conhecida por Praia dos Tomates, em Albufeira, contou que ainda que na última quinzena de Julho se tenha registado um maior movimento, sobretudo de turistas portugueses, comparativamente ao ano passado, os negócios têm estado mais fracos.

"O mês de Junho não existiu em termos comerciais, foi fraquíssimo. A partir do mês de Julho melhorou, como é costume, mas ainda assim o tempo continua a não estar bom, a água do mar tem estado fria e não tem nada a ver com o verão estável a que estamos habituados", sublinhou.

Embora a sua concessão não funcione no período nocturno, o empresário nota ainda que as noites muito frescas e o vento que por vezes tem soprado com maior intensidade têm também contribuído para afastar as pessoas das esplanadas, afectando restaurantes e outros estabelecimentos.

O facto de a época balnear em Albufeira se estender por cinco meses, de 15 de maio a 15 de Outubro, também acaba por causar alguns prejuízos, já que os empresários têm que garantir todas as condições de segurança e vigilância em alturas em que as praias, sobretudo as mais periféricas, como é o caso da Praia dos Tomates, têm muito pouca gente.

"Devia ser facultativo [a escolha do período de época balnear], até porque as pessoas que vêm para a praia nesses períodos [fora do pico do verão] até preferem as praias mais centrais de Albufeira", defende, frisando que Maio e Junho são para "perder dinheiro" e Outubro também não dá "propriamente lucro".

Outro concessionário do concelho de Albufeira, que preferiu não se identificar, contou à Lusa que o tempo "completamente atípico" do início do verão provocou quebras acentuadas nos negócios de praia, mas considerou que a quebra não tem só a ver com tempo, uma vez que há "muito menos pessoas no Algarve" este verão.

"Os portugueses começaram agora a chegar a partir de 15 de Julho, como é habitual, mas não chegam para colmatar a falta de estrangeiros", salientou, notando que a maneira de fazer turismo também mudou nos últimos anos no Algarve, com a proliferação de hotéis com regime Tudo Incluído.

Segundo o empresário, as expectativas são as de que o mês de Agosto, que costuma funcionar como um "balão de oxigénio", ajude a atenuar as quebras dos primeiros meses de verão, uma vez que a seguir a Agosto a queda é habitualmente "abrupta".

Outro dos negócios afectados tem sido a venda de bolas de Berlim na praia que, segundo disse à Lusa o proprietário de uma fábrica que serve praticamente todas as praias do concelho de Albufeira, sofreu uma quebra de aproximadamente 30% em relação ao ano passado.

Carlos Cipriano, que detém a marca "Bolinhas do Carlos", indicou à Lusa que, para conseguir recuperar as perdas de Junho e Julho, os lucros teriam agora que subir em 30% em relação ao verão passado.

"Não sabemos se vai ser possível recuperar, pois só agora no fim de Julho é que os números normalizaram", frisou, notando que o negócio esteve muito fraco no mês de Junho e também na primeira quinzena de Julho.

"Nota-se pelo estacionamento e também há menos pessoas nos restaurantes. Algumas pessoas deixaram de usar toldos e agora vão para as toalhas. A verdade é que o verão demorou muito a chegar, o que também não tem ajudado", conclui Gil Sousa.

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