Embaixador no Senegal lança aplicação para ligar empresas
Para ajudar as firmas nacionais a encontrar parceiros no estrangeiro, o embaixador Vitor Sereno lança esta segunda-feira uma app de “matchmaking empresarial”
Depois de receber o prémio de diplomata económico do ano em 2020, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, o embaixador de Portugal no Senegal, Vítor Sereno, ficou a pensar no que fazer ao prémio de 25 mil euros destinado a apoiar a internacionalização das empresas portuguesas. "Sabia que havia uma grande dificuldade das empresas nacionais encontrarem parceiros com quem pudessem fazer negócios no Senegal. E lembrei-me que se essa barreira fosse ultrapassada seria mais fácil aumentar o investimento português", diz à SÁBADO a partir de Dakar. Foi assim que começou a ser desenhada a unio, uma aplicação informática que se destina a ajudar os empresários portugueses a encontrar oportunidades de negócio no estrangeiro e que é apresentada ao público esta segunda-feira, no quadro da Presidência Portuguesa da União Europeia.
No fundo, a unio funcionará como uma aplicação de encontros amorosos. Ao inscreverem-se, as empresas portuguesas e senegalesas inserem os seus dados (contactos, área de negócios, etc), serviços e necessidades. E passam a ter automaticamente contacto com aquelas que estejam a disponibilizar serviços semelhantes ou a precisar de vagas de trabalho. "Se houver um match entre as duas abre-se uma sala de chat onde os seus responsáveis podem conversar, trocar contactos e experiências e a partir daí potenciar parcerias e negócios", concretiza o diplomata.
"No fundo, trata-se de construir uma ponte digital entre Portugal e o Senegal e os outros países da África Ocidental", diz Vitor Sereno. A aplicação será apresentada às empresas através da base de dados da Aicep, que será um parceiro de divulgação. Já a Câmara de Comércio Portugal-Senegal será uma peça fundamental no terreno. O diplomata espera contar com centenas de inscrições nas próximas semanas.
A unio contará também com uma Bolsa de Emprego Lusófona, que vai permitir a apresentação de candidaturas de emprego a empresas nacionais ou senegalesas que dominem o português. "Há dois mil alunos de português em Dakar que quando acabam os cursos não têm grandes portas abertas. Isto vai dar-lhes uma oportunidade".
O diplomata revela ainda quanto custou a aplicação, que ficará na embaixada para além da sua permanência no Senegal. "O desenvolvimento da aplicação custou 15 mil euros. Os outros 10 mil do prémio vão ser usados num grande seminário sobre petróleo e gás que está a ser preparado também", diz.
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