Secções
Entrar

Despesa das famílias com saúde aumentou 6,4% em 2022

Lusa 05 de julho de 2024 às 14:52

As famílias também reduziram a sua despesa em entidades do resto da economia, nomeadamente, com a prestação de cuidados de saúde continuados e com a aquisição de equipamentos de proteção individual e desinfetantes.

Os gastos das famílias com saúde aumentaram 6,4% em 2022, refletindo o crescimento da despesa em hospitais, consultórios e clínicas privadas e nas farmácias, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira divulgados.

Getty Images

Segundo a "Conta Satélite da Saúde 2021-2023", a despesa das famílias em hospitais privados aumentou 13,9%, em prestadores privados de cuidados de saúde 12,3% em ambulatório também 12,3% e 7% em farmácias.

Em sentido contrário, o INE registou em 2022 "uma grande redução" da despesa das famílias em hospitais públicos (-24,1%) e em prestadores públicos de cuidados de saúde em ambulatório (-71,2%) devido ao alargamento das isenções de pagamento de taxas moderadoras a quase todos os serviços, com exceção das urgências hospitalares sem referenciação prévia pelo SNS ou quando não ocorre a admissão a internamento através da urgência.

As famílias também reduziram a sua despesa em entidades do resto da economia (-11,6%), nomeadamente, com a prestação de cuidados de saúde continuados e com a aquisição de equipamentos de proteção individual e desinfetantes.

De acordo com os dados do INE, a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos Serviços Regionais de Saúde (SRS) das Regiões Autónomas cresceu 6,2% em 2022, após ter registado o aumento máximo de 11,4% em 2021.

"O crescimento do financiamento dos hospitais públicos (8,1%) suportou os acréscimos dos custos com o pessoal, do consumo intermédio, refletindo nomeadamente a integração do Hospital de Loures, E.P.E", refere indicando que este foi o maior aumento registado na série de dados disponível, iniciada em 2000.

Por sua vez, o financiamento do SNS e SRS aos hospitais privados diminuiu 23% devido, sobretudo, à redução dos encargos com os hospitais com contrato de parceria público-privada (PPP), refere o INE, lembrando que o único hospital que se manteve como PPP foi o Hospital de Cascais.

A despesa em farmácias voltou a subir em 2022 (8,0%) devido ao crescimento das aquisições de medicamentos comparticipados pelo SNS e pelos SRS e de medicamentos não sujeitos a receita médica.

Em 2022, a despesa das outras unidades da administração pública diminuiu 12,6% em 2022, devido, principalmente, à redução da despesa associada à pandemia covid-19 efetuada por outras entidades públicas e das deduções à coleta de IRS por cuidados de saúde e lares.

O SNS e SRS (+0,3 p.p.), as famílias (+0,2 p.p.) e as sociedades de seguros (+0,2 p.p.) reforçaram o seu peso na estrutura de financiamento do sistema de saúde.

Para 2023, o INE estima o crescimento da despesa corrente dos principais agentes financiadores, principalmente das sociedades de seguros (16,9%), dos subsistemas de saúde públicos voluntários (11,1%), das famílias (5,1%) e do SNS e SRS (3,1%).

"Em termos estruturais, prevê-se a diminuição da importância relativa da despesa do SNS e SRS (-0,9 p.p.) e, inversamente, o reforço do peso das sociedades de seguros (+0,4 p.p.)", salienta.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela