Secções
Entrar

Covid-19: Norte "abranda" mas especialistas estimam 1.400 internamentos na próxima semana

27 de novembro de 2020 às 09:57

As previsões para os internamentos em unidades de cuidados intensivos apontam "para 300 a 340" doentes com o novo coronavírus, que provoca a covid-19.

A situação epidemiológica na região Norte está a começar a "abrandar", embora na próxima semana a região possa continuar a contabilizar 1.400 internamentos, 300 internamentos em unidades de cuidados intensivos e 40 óbitos diários, indicou esta sexta-feira um especialista.

Em declarações à agência Lusa, Milton Severo, responsável pelas projeções do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) afirmou que, nos "últimos cinco dias, os valores observados [na região Norte] têm sido inferiores aos das previsões", um "sinal positivo", demonstrativo de que, "finalmente, a região está a conseguir aplanar" os casos de infeção.

Ainda que a situação epidemiológica aponte para uma "estabilização", as previsões do ISPUP indicam que na próxima semana a região pode contabilizar 1.400 a 1.500 internamentos nas unidades hospitalares.

"Tivemos uma fase, entre 18 de outubro e 01 de novembro, em que os internamentos duplicavam a cada 11 dias. Nesta fase, estão a duplicar só a cada 60 dias, ou seja, está a diminuir claramente o crescimento", referiu Milton Severo.

No que aos internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI) concerne, as previsões do instituto do Porto apontam "para 300 a 340" doentes com o novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Milton Severo afirmou ainda que a região deverá continuar a contabilizar, por dia, 3.000 a 4.000 casos de novas infeções pelo SARS-CoV-2 e 40 óbitos.

"Podemos dizer que estamos num planalto, isto é, que vamos manter estes números, até porque o índice de transmissibilidade [vulgarmente designado R] está a abrandar e ronda os 1.15 a 1.2 na região", disse

O ideal "seria, no entanto, que estes valores começassem a descer", afirmou.

Também Pedro Chamusca, da direção da Associação Portuguesa de Geógrafos (APG) afirmou à Lusa que os mapas da distribuição geográfica da evolução da pandemia, feitos a partir dos dados da Direção-Geral de Saúde (DGS), mostram que a região está, tendencialmente, a começar a "atenuar" a situação epidemiológica.

"Há sinais de que estamos a conseguir atenuar os efeitos nos territórios com mais exposição. A tendência, agora, é começarmos a atenuar a situação a duas velocidades", disse.

De acordo com o responsável, nos territórios com menos indústria e necessidade de deslocações "a diminuição será mais rápida".

Para Pedro Chamusca, também investigador na Universidade de Aveiro, a "incidência não vai para valores razoáveis que permitam o aliviar de quaisquer medidas".

"Parece-me mais complicado inverter a tendência nos concelhos que têm uma grande exposição e forte atividade industrial", disse, considerando que estes territórios deveriam ser vistos "à lupa" por forma a encontrar "soluções para diminuir o número de casos".

Portugal contabiliza pelo menos 4.209 mortos associados à covid-19 em 280.394 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela