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Costa: Portugal "é o terceiro Estado membro com melhor execução dos fundos agrícolas"

07 de setembro de 2018 às 22:01

O primeiro-ministro reafirmou o empenho do Governo em garantir os apoios para o desenvolvimento rural no próximo quadro comunitário de apoio.

O primeiro-ministro realçou esta sexta-feira que Portugal "é o terceiro país da União Europeia com melhor execução dos fundos agrícolas" e reafirmou o empenho do Governo em garantir os apoios para o desenvolvimento rural no próximo quadro comunitário de apoio.

António Costa, que visitou hoje a Agroglobal -- Feira das Grandes Culturas, nos campos de Valada, no concelho do Cartaxo (Santarém), na companhia dos ministros da Agricultura português, Capoulas Santos, e espanhol, Luís Planas Puchades, reagia à afirmação feita na quinta-feira, no certame, pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas, de que os fundos comunitários não estão a chegar aos agricultores e que este sector "é o parente pobre" do Governo.

"Tanto quanto sei, somos o terceiro país da União Europeia com melhor execução dos fundos agrícolas e, felizmente, isso deve-se não apenas à administração, mas à grande capacidade de iniciativa dos nossos agricultores", declarou.

António Costa sublinhou o espírito de inovação e a capacidade de aplicar os recursos na modernização da agricultura demonstradas pelos agricultores portugueses.

"Aquilo que é chave é a nova agricultura que temos e que resulta do facto de termos hoje pessoas que compreendem que a agricultura não é uma actividade do passado, não é uma actividade que é para abandonar, como aqui há uns anos se pensava, mas que, pelo contrário, temos que investir muito se queremos continuar a crescer", afirmou, sublinhando que uma das coisas que a crise vivida desde 2008 ensinou foi que as pessoas perceberam que "para haver dinheiro é preciso haver produção, e designadamente produção agrícola, valorizando os bens e os recursos que cada um tem".

António Costa notou que na Agroglobal -- onde estiveram desde quarta-feira 400 expositores de toda a fileira do sector em 200 hectares de terreno do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária -- "se compreende como a inovação, o conhecimento científico, a modernização tecnológica podem melhorar a capacidade" de produção do país.

"Não temos de comprar terreno a Espanha para produzir mais. Nós podemos produzir mais no território que temos, se aplicarmos melhores técnicas, com mais conhecimento e aumentarmos a produtividade. É isso que tem estado a transformar a nossa agricultura", declarou, citando os exemplos do vinho, do azeite e dos produtos hortícolas e frutícolas, como a framboesa, de que Portugal é actualmente "o maior exportador" quando "há poucos anos praticamente não se produzia".

Referindo-se às negociações dos fundos para a agricultura após 2020, o chefe do Governo reafirmou a "batalha nacional" em garantir que as novas políticas europeias "em que é essencial investir, desde a segurança à política de ciência", não ponham em causa nem a política de coesão, nem a política agrícola, que classificou como "marcas identitárias da Europa" que devem ser mantidas.

Em relação a Portugal, Costa frisou a importância do segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC), que tem a ver com o desenvolvimento rural, para o interior do país.

"Só com desenvolvimento rural podemos ter uma agricultura rentável, uma agricultura que fixe e atraia pessoas, que preencha esses vazios do território fronteiriço com a Espanha, que voltem a ser solos aproveitados para a agricultura e não simplesmente abandonados ao crescimento de espécies invasoras ou com o eucalipto, que contribuem para um risco de incêndio elevado", afirmou.

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