Secções
Entrar

CGTP promete Verão e Outono "quentes" contra revisão da lei laboral

06 de julho de 2018 às 12:31

"Não e não ao acordo do patrão" são as palavras de ordem mais ouvidas junto ao Parlamento enquanto se discutem as alterações.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, prometeu hoje um Verão e Outono "quentes" na contestação contra a revisão da legislação laboral, referindo que estão sozinhos nesta luta pelos trabalhadores.

1 de 3
Foto: Lusa
Foto: Lusa
Foto: Lusa

Milhares de trabalhadores, dirigentes e activistas sindicais estão hoje concentrados em frente ao parlamento contra a revisão da legislação laboral, no momento em que os deputados e o Governo discutem o tema em plenário.

"Não e não ao acordo do patrão" são as palavras de ordem mais ouvidas no local.

A proposta de lei do Governo surgiu na sequência de um acordo de concertação tripartido, subscrito por todos os parceiros sociais excepto a CGTP.

"Queremos reafirmar a nossa posição relativamente à proposta legislativa do Governo, porque consideramos que, ao nível da precariedade e da contratação colectiva, fica tudo na mesma ou pior", disse Arménio Carlos.

"Os deputados não podem deixar de ouvir este clamor. Ter em consideração as nossas propostas e reivindicações", acrescentou o sindicalista.

A CGTP defende a rejeição da proposta de lei do Governo e promete tudo fazer nesse sentido.

A proposta do Governo para alterar o Código do Trabalho prevê a redução da duração máxima dos contratos a termo e o alargamento do período experimental de três para seis meses.

"Mais vale sós do que mal acompanhados e neste caso concreto basta recordar o que se passou com o memorando da 'troika' que foi arrasador do ponto de vista de redução dos direitos dos trabalhadores e também ficámos sozinhos", disse Arménio Carlos.

"Podemos ter ficado sozinhos na concertação social, mas temos a consciência e a convicção de que ficámos bem acompanhados, porque estivemos ao lado do povo português contra aquele memorando que neste caso com estas medidas tem continuidade e que nos leva a dizer que preferimos estar sozinhos na concertação e acompanhados pelo povo português e pelos trabalhadores do que estar acompanhados na concertação a assinar acordos que traem aquilo que tem a ver com a valorização do trabalho e dos trabalhadores", acrescentou.

Segundo o dirigente, a CGTP solicitou uma reunião ao presidente da Assembleia da República no dia 12, dia em que termina o período de discussão pública da proposta de lei, altura em que entregará uma resolução e pareceres sobre o tema.

"Independentemente de estarem sindicalizados ou de terem votado a favor ou contra o PS, esta proposta é contra os trabalhadores, desvaloriza os trabalhadores, reduz a sua retribuição, ataca todos", sublinhou o dirigente sindical.

"Mais importante do que o sentido de voto de cada um é vestir a camisola do trabalho e assegurar com a sua luta e apoio às posições da CGTP que é possível travar este processo, numa ruptura com a política de direita e com a afirmação de uma política de esquerda que ponha os trabalhadores como referencia no desenvolvimento da economia e do país", declarou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela