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Brigada da PJ apreendeu 427 obras de arte em quatro anos

17 de dezembro de 2017 às 12:32

Entre as obras de arte apreendidas nos últimos quatro anos, destacam-se moedas romanas do tempo de Jesus Cristo e pinturas falsas de Almada Negreiros.


Uma pequena brigada da Unidade Territorial do Norte da Polícia Judiciária apreendeu um total de 427 obras de arte nos últimos quatro anos, destacando-se moedas romanas do tempo de Jesus Cristo e pinturas falsas de Almada Negreiros.

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Foto: Cofina Media
Foto: Cofina Media

Só este ano de 2017 apreenderam-se "126 pinturas falsas e 19 objectos arqueológicos", informou o coordenador da secção que investiga os crimes de Incêndio, Tráfico e Viciação de veículos e o Furto e Falsificação de Obras de Arte (SICPVS).

Entre 2013 e 2017, a brigada da Polícia Judiciária do Norte apreendeu 427 obras de arte, entre arte militária, arte sacra, esculturas e objetos arqueológicos, e pinturas de diversos artistas, designadamente obras falsas de Almada Negreiros e de Aurélia de Sousa, mas também peças de José Guimarães e do norte-americano Sam Francis.

Segundo Arnaldo Silva, 2017 foi um ano onde se registou um maior número de apreensões de obras de arte em relação a anos anteriores, porque, segundo explicou, foi criada "uma nova abordagem" e uma "nova filosofia" de investigação da brigada da Unidade Territorial do Norte da Polícia Judiciária (PJ/Norte).

Investidas semanais a feiras de antiguidades desde Aveiro até Bragança e fiscalizações a leiloeiras, galerias e casas de velharias fazem parte do rol das novas abordagens de investigação da brigada da PJ/Norte, composta por quatro elementos, todos eles com formação específica nas área de história, história de arte e ou património cultural.

Como forma de prevenção para não comprar obras de arte falsas, Arnaldo Silva avisa que a aquisição de obras deve ser realizada em "locais credíveis" e que os objectos devem estar "certificados por peritos credenciados".

"Evitar comprar quando não se consegue saber a origem da obra", aconselha.

Os destinos para as obras de arte apreendidas pela Polícia Judiciária são vários, mas o principal objectivo é sempre conseguir devolver aos legítimos proprietários, explicou à Lusa Arnaldo Silva, acrescentando ainda que algumas obras são destruídas ou ficam à guarda da Polícia Judiciária, para fins didácticos e/ou formação.

Durante as apreensões de obras de arte no Norte do país foram detidos dois homens nos últimos quatro anos, um por furto e outro por burla qualificada quando se preparava para sair do país.

Na última década, foram apreendidas dezenas de quadros falsos de Júlio Pomar, Malangatana, Amadeo Souza Cardoso, Cesariny ou Picasso pela Directoria do Norte da Polícia Judiciária em antiquários, galerias, feiras e residências.

Dados estatísticos da Polícia Judiciária referentes de 2012 a este ano, a que a Lusa teve acesso, indicam que a nível nacional foram detidas 11 pessoas por crimes relacionados com furto de arte sacra, designadamente dois detidos em 2013 e outros dois detidos em 2014 pela Directoria de Lisboa, dois detidos pela Directoria do Norte e cinco detidos pela Directoria de Coimbra (um em 2012, dois em 2014, um em 2015 e um em 2016).

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