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Austeridade não é responsável por tragédia

12 de julho de 2017 às 07:44

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares assumiu que aumentar investimento nos próximos anos é "uma prioridade para o PS"

O Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares considera que não há nenhuma evidência de que a austeridade seja a responsável pela tragédia em Pedrógão Grande e pelo assalto em Tancos, numa entrevista à TSF eDiário de Notícias.

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Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa

No dia em que se debate o Estado da Nação, Pedro Nuno Santos referiu na entrevista, que será emitida na integra durante a manhã pela TSF, que nos casos de Tancos e do incêndio em Pedrógão Grande, o Governo não tem a informação de que tenham sido motivados pela austeridade.

"Não temos informação, antes pelo contrário, de que estes sejam acontecimentos motivados pela austeridade presente ou passada. (...) Essa é outra resposta com que alguns se precipitaram de forma oportunista para explicar dois incidentes graves que têm que ter resposta, mas cuja explicação muito provavelmente não é essa, o que não quer dizer que não haja necessidade de em geral se investir e se aumentar o investimento nos serviços públicos", disse.

Na entrevista, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares lembrou que "foi com o PSD e o CDS no Governo que os serviços públicos sofreram os maiores cortes dos últimos anos".

"Há necessidade de aumentar o investimento nos serviços públicos. Isso é uma prioridade para o PS", disse.

Pedro Nuno Santos destacou também que "os portugueses continuam a confiar no Estado".

"Já conquistámos a confiança dos portugueses e não a perdemos. (...) Nós nunca na acção política estamos isentos de falhas. É uma acção humana e, portanto, na acção humana há falhas, mas sinceramente a avaliação que faço, não perco muito tempo com isso, é a de que o Governo esteve claramente à altura na reacção a esses acontecimentos", sublinhou.

O debate sobre o estado da Nação acontece menos de um mês depois do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e duas semanas após ter sido detectado um furto de armamento pesado nos Paióis Nacionais de Tancos, que já levou à exoneração temporária de cinco comandantes de ramos.

No domingo foram conhecidos os pedidos de exoneração, aceites por António Costa, de três secretários de Estado - Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira -, que na segunda-feira foram constituídos arguidos pelo Ministério Público no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016 a convite da Galp.

Sobre prováveis demissões de ministros, Pedro Nuno Santos disse na entrevista ao DN e à TSF "que não há nenhuma intenção de serem demitidos".

Contudo, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares salientou que as demissões "fazem parte da vida política" e que "nenhum membro do Governo tem a certeza da durabilidade no mesmo, por definição".

Hoje no debate do Estado da Nação, a oposição promete confrontar o Governo com as cativações de perto de mil milhões de euros, com os sociais-democratas a falarem de "austeridade manhosa" e os democratas-cristãos a exigirem conhecer o "real estado do país".

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, defendeu que "há já evidências de que a política financeira deste Governo tem impacto na vida das pessoas", acusando o Governo "de uma austeridade manhosa, porque não assumida", ao aumentar impostos indirectos e piorar a qualidade dos serviços públicos.

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