Secções
Entrar

Ana Gomes ouvida como arguida em processo movido por Aguiar-Branco

12 de setembro de 2019 às 18:56

Antigo ministro de Santana Lopes e Passos Coelho acusa ex-eurodeputada de difamação sobre a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. "Vou aguardar tranquilamente e muito divertida" pelo desenrolar do processo, disse Ana Gomes.

A ex-eurodeputadaAna Gomesconfirmou à Lusa ter sido hoje ouvida, como arguida, num processo por difamação movido pelo ex-ministroAguiar-Branco, assegurando que reiterou as dúvidas sobre a subconcessão dos estaleiros de Viana do Castelo.

"O dr. Aguiar-Branco, uma vez que expirou a minha imunidade parlamentar, voltou à carga, e eu lá fui com todo o gosto explicar que não só mantenho as afirmações que fiz como remeti para a fundamentação que apresentei em 2013, em menos de um mês, àProcuradoria Geral da República(PGR)", afirmou Ana Gomes, em declarações à Lusa.

A antiga eurodeputada do PS salientou que esta sua queixa deu, na altura, origem a um processo "que continua aberto" no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) sobre a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

"Hoje dei mais alguns elementos e, naturalmente, estou mais do que disponível para fornecer todos os elementos à PGR para o processo-mãe e também, se for preciso, para este processo em que o dr. Aguiar-Branco procura intimidar-me com a acusação de difamação", assegurou.

"Vou aguardar tranquilamente e muito divertida" pelo desenrolar do processo, acrescentou.

Ana Gomes foi ouvida hoje no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) no âmbito de um processo movido pelo ex-ministro da Defesa português, que em 2014 apresentou uma queixa por difamação na sequência de declarações da então eurodeputada sobre alegadas ligações entre o seu escritório de advogados e o grupo Martifer, que venceu o concurso público internacional para a subconcessão dos ENVC.

Em novembro de 2013, em declarações na TVI24, Ana Gomes criticou o processo de subconcessão dos estaleiros e defendeu que "é preciso verificar" eventuais "negócios" entre o escritório de advogados do ministro e o grupo Martifer.

O processo foi suspenso depois de o Parlamento Europeu recusar, em 2014, o levantamento da imunidade parlamentar à então eurodeputada, mas em julho deste ano Aguiar-Branco requereu ao Ministério Público que retomasse o inquérito, no dia em que a socialista deixou o cargo e perdeu, portanto, a imunidade parlamentar.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela