Secções
Entrar

Agricultores pedem mais ajudas e maior agilização dos processos

27 de fevereiro de 2018 às 22:35

A seca que assola Portugal tem vindo a prejudicar gravemente os agricultores e pode vir a prejudicar ainda mais.

Os agricultores dizem estar preocupados com o efeito das alterações climáticas no sector e reclamam mais ajudas e maior agilização dos processos para compensar as consequências da seca.

"As medidas de curto prazo são insuficientes para alguns casos em particular. Precisamos de um calendário mais apertado e de decisões tomadas atempadamente, para os agricultores saberem as ajudas a que têm direito no âmbito da Política Agrícola Comum. Há necessidade de maior envolvência das autoridades ligadas ao Ministério do Ambiente para agilizar processualmente, tudo o que tenha a ver com a situação de emergência com que os agricultores vivem", disse o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre alterações climáticas, que decorreu em Lisboa.

Eduardo Oliveira e Sousa defendeu ainda a criação de medidas de longo prazo que permitam efectuar "maiores reservas de água e salvaguardar as águas subterrâneas", sublinhando que, no futuro, "vai chover em menor quantidade e em períodos mais curtos".

"A geração das pessoas que estão hoje no activo foi apanhada numa armadilha e por isso temos que juntar esforços, no sentido de enfrentarmos as alterações climáticas em conjunto com todos os outros sectores da sociedade", considerou.

De acordo com o responsável, as alterações climáticas levam à necessidade de se alterarem "os procedimentos e culturas", de modo a adaptarem-se ao clima do país. "Imagine-se o que é pensarmos que, no futuro, o Alentejo deixa de ter sobreiros ou, pelo menos, que diminui brutalmente a quantidade", exemplificou.

Por sua vez, o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, que presidiu à cerimónia de encerramento do seminário, garantiu que o Ministério está preocupado com o fenómeno e que tem desenvolvido esforços para mitigar as consequências que lhe estão associadas.

"É óbvio que [o problema] preocupa não só os agricultores, os seus dirigentes, como me preocupa a mim próprio e a todos os cidadãos, minimamente, informados e conscientes. É um problema com o qual estamos confrontados e com o qual, com toda a probabilidade, temos que conviver nas próximas gerações e para os quais temos que encontrar respostas que só nos podem ser dadas pela investigação, pela ciência, pelo conhecimento e pela adopção de medidas que mitiguem o problema", notou.

Segundo Capoulas Santos, foi, recentemente, apresentado um conjunto de medidas, elaboradas por entidades do setor público e privado, que procuram dar resposta ao fenómeno. "As medidas incidem sobre a produção, difusão e aplicação prática de conhecimento e técnicas, que passam por práticas mais favoráveis, pela adaptação de culturas às novas condições", explicou.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela