Pedro Passos Coelho anunciou, na mensagem de boas festas aos portugueses,que vai usar todos os instrumentos para concluir sem perturbações o programa de ajustamento. A primeira ideia é uma ilusão, o Governo utilizará tudo o que estiver ao seu alcance porque outro remédio não tem, sobretudo depois de mais um chumbo – e desta vez, por unanimidade – do Tribunal Constitucional à lei de convergência de pensões. A segunda – a conclusão – é uma imprecisão consciente e deliberada, pois ninguém acredita que Passos Coelho tenha passado ao lado da entrevista do chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Subir Lall, ao Financial Times, na qual este avisa de forma directa que “as transformações de que a economia [portuguesa] precisa terão de continuar por mais 10 a 15 anos e terão de ser realizadas internamente”.