Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
22 de junho de 2023 às 20:00

Pavlov e a direita portuguesa

Um Pedro Nuno Santos “ressuscitado” é um problema para António Costa, que não o quer como candidato ao seu lugar, por isso passou de “morto” a “vivo” num instante. Pavlov perceberia muito bem.

Quando Pavlov, há mais de 100 anos, fez a sua experiência em cães pondo-os a salivar, não devia ter a noção de como esse resultado iria ser um lugar-comum, tornando a expressão “pavloviano” uma classificação popular. Mas, de facto, é difícil escapar ao espectáculo “pavloviano” de como em particular a direita portuguesa, nas suas versões política e político-jornalística, reage salivando a tudo o que pareça ser favorável a si mesma e desfavorável à governação e a essa alma maldita, António Costa. Eu imagino algumas redacções atentas ao fluxo que vem, por exemplo, da CI à TAP, a escrever, dizer, mostrar seja o que for à luz dessa dicotomia a preto e branco. Por exemplo, a CEO da TAP era má, até ao dia em que foi demitida e passou a boa, o assessor do computador e de cena de agressões, é bom, e Pedro Nuno Santos, era mau no início, tornou-se bom depois de se demitir, desde que é óbvio que quer o lugar de Costa. Por isso “passou o teste” da CPI, mesmo que continue sem esclarecer (na verdade não precisa, porque já se entendeu tudo…) a cena do esquecimento da mensagem e da rábula do pedido de explicações à TAP, daquilo que já sabia muito bem que tinha acontecido. A lógica é simples, um Pedro Nuno Santos “ressuscitado” é um problema para Costa, que não o quer como candidato ao seu lugar, por isso passou de “morto” a “vivo” num instante. Pavlov perceberia muito bem.

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