Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
04 de novembro de 2021 às 08:00

Onde está a alternativa a Costa?

Esquerda e direita estão, afinal, a dar a Costa o fôlego de que necessitava como pão para a boca. O líder do PS sabe bem que o seu governo está desgastadíssimo e que não resistiria mais um ano e meio. Chegaria exausto às eleições de 2023.

Ao fim de seis anos de Governo, dos erros indesculpáveis de alguns ministros, de uma arrogância, por vezes, insuportável, do cartão amarelo das últimas autárquicas que foi o resultado em Lisboa, António Costa parte para a presente campanha eleitoral com uma poderosa vantagem sobre os seus concorrentes. Parte na condição de vítima e isso, como se sabe, outorga prestígio, fomenta o reconhecimento colectivo, garante uma espécie de inocência que resiste a toda a dúvida razoável. Ser vítima transporta a heroicidade do nosso tempo, como nos diz o filósofo Daniele Giglioli, estudioso do que poderia considerar-se a ideologia da vítima na sociedade contemporânea. Na verdade, nem precisamos de Giglioli para perceber que, tantas vezes, não somos, essencialmente, o que fazemos, mas sim o que sofremos, o que podemos perder ou o que efectivamente nos tiram.

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