Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
30 de setembro de 2021 às 06:00

A nova estrela da direita

Costa e o Governo não saem destas eleições feridos na legitimidade para governar, mas receberam um banho de humildade para lavar uma arrogância insuportável, que os obriga, daqui para a frente, a regressar ao diálogo democrático e aos consensos.

As eleições autárquicas de domingo foram uma revigorante demonstração de saúde da democracia portuguesa. O povo foi soberano, imprevisível, inconformista e moderado. Deixou claríssimo que não está para receber lições de ninguém. Votou como quis e fez orelhas moucas às promessas das sereias que anunciavam as delícias da bazuca milionária. Fechou o coração a paixões tribalistas ou a velhas fidelidades clubísticas e ideológicas. Distribuiu os votos pelas aldeias e procurou o equilíbrio necessário a dizer que nenhum profeta interpreta por ele o que é o bom e o mau, o justo ou o injusto. A democracia funcionou nas suas regras mais essenciais, que é a do voto secreto, inviolável e fruto da consciência de cada um, sem pastorícias ou tutelas ideológicas.

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Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.