O acordo da Grécia com o Eurogrupo não é um desastre. Muito menos o desastre que muitos anunciaram após este ser conhecido. Também não é a solução dos problemas gregos e muito menos uma saída saudável para a União Europeia. Não é apenas uma derrota de Alexis Tsipras, porque Angela Merkel – apesar de ter demonstrado mais uma vez a sua soberania sobre a Europa – e todos os que aceitaram a possibilidade de um Grexit também perderam. Mais: não há cidadão europeu que não tenha perdido, e não vá continuar a perder, com a tragédia grega. Logo, o acordo de segunda -feira, 13, também não foi uma vitória de François Hollande, apesar de a França ter sido um dos dois Estados -membros (o outro foi Itália) que rejeitaram sempre a mera eventualidade de a Grécia abandonar o projecto europeu, agora ou mais tarde. E não foi igualmente um triunfo do povo grego, vítima de uma calamidade que só por um acaso não irá agravar-se ainda mais nos próximos tempos.

Um acordo que vai gerar muitos desacordos

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