No fim de uma semana horribilis, ficámos a saber que os sindicatos não dormem. Hibernaram mesmo. Só isso explica tão prolongados silêncios dos que diziam defender os professores, os trabalhadores da CP, do Metro e da Carris, os funcionários públicos
O comentador Marcelo Rebelo de Sousa definiria esta semana do Governo como uma grande trapalhada: 1 – Ficámos a saber que o Ministério das Finanças confirmou que retirou a obrigação de declarar rendimentos à administração que nomeou para a CGD; 2 – Ficámos a saber que o novo presidente da CGD, António Domingues, tem um salário fixo de 423 mil euros/ano, (quase o dobro do antecessor) que pode ascender a 600 mil caso atinja os objectivos; 3 – E também que tinha 56 mil acções do BPI quando saiu do banco; 4 – Ficámos a saber que o Governo omitiu dados na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2017, apesar dos esforços do presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues para que estes fossem entregues, o que levou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) a apontar o que classificou de "falta da transparência"; 5 – Os técnicos da UTAO acusaram ainda o Governo de melhorar "artificialmente" o esforço de consolidação orçamental, porque o critério usado não estará conforme as regras europeias; 6 – Ficámos a saber que em ambos os casos (da CGD e dos dados do OE) o Governo ficou isolado, sem o apoio do Bloco de Esquerda e do PCP, como já acontecera quando invocara a contenção orçamental (esquecida, pelos vistos, no salário fixo atribuído ao presidente da CGD) para não aumentar as pensões mais baixas e para só acabar com a sobretaxa lá mais para meados do próximo ano; 7 – Ficámos a saber – numa notícia SÁBADO – que o PS aprovou, no parlamento, uma proposta do PCP que aponta a ilegalização da Uber e da Cabify e que o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, reagiu dizendo que "nada tem que ver" com o diploma que o Presidente da República, entretanto, promulgou; 8 – E também que o deputado Ascenso Simões, ex-director de campanha de António Costa, não gostou do que ouviu. "Este ministro não tem nada que ver com a lei aprovada pelo parlamento. Eu também não tenho nada que ver com a gestão deste ministro quanto à Uber e aos táxis. Para além de outras…", escreveu o deputado socialista, que foi mesmo mais longe: "Só que eu fui eleito pelos portugueses e ele nomeado." 9 – Ficámos ainda a saber que Rui Roque, adjunto de António Costa para os Assuntos Regionais, declarou uma licenciatura falsa aquando da sua nomeação para o Governo; 10 – Desta vez, não houve estratégia de comunicação ou amizade que resistisse, e o adjunto do primeiro-ministro acabou mesmo por se demitir do Governo.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."