Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
29 de outubro de 2019 às 09:00

O estado da felicidade e a felicidade de Estado

A inteligência artificial é péssima a compreender as complexidades da vida. Um algoritmo é incapaz de absorver a diferença entre o “brutal” de uma notícia sobre um acidente e o “brutal” numa canção de Billie Eilish

Chegámos por fim ao período histórico em que tudo é instituído, até a felicidade. Poderia ser apenas o dealbar de uma nova fase da estupidez humana, mas a felicidade promovida e monitorizada pelo Estado não é um exclusivo de países pobres ou de territórios em vias de desenvolvimento. Se o Butão passara a incluir em 2008 no seu texto constitucional a necessidade de medir todos os anos a Felicidade Nacional Bruta, os Emirados Árabes Unidos indigitaram em 2016 uma ministra de Estado da Felicidade. Até a Nova Zelândia aderiu à maré, anunciando o primeiro Orçamento do Bem-Estar entre os estados soberanos do planeta, no qual se medem e avaliam 61 indicadores, da solidão à qualidade da água (como se mede o pH da solidão?).

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“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

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