Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
10 de novembro de 2020 às 07:00

Acabaram-se os homens

Sean despachou de facto meia dúzia de capangas dos Valdor, um dos gangues de Edimburgo. McQueen, que treinava kung-fu com Bruce Lee, era um puro sangue num Ford Mustang. Tinham defeitos, traições, misoginias. E já não se fazem homens assim.

Se Sean Connery era o epítome da classe, Steve McQueen era a essência do cool. Connery morreu no sábado passado. Completam-se este sábado 40 anos da morte de McQueen. Para os dois era sempre sexta à noite. Nasceram na loucura mansa e bem regada do proletariado. O pai de Sean trabalhava numa fábrica em Edimburgo, Escócia, a mãe fazia limpezas. O pai de Steve era piloto de acrobacias num circo, a mãe era uma doméstica alcoólica, e o pai deixou-a antes de Steve nascer. O miúdo apanhou pancada de meia-noite de dois padrastos - fugiu de casa aos 12, aos 14 e aos 16 (na última, após ser lançado escadas abaixo pelo brutamontes, respondeu-lhe: "A próxima vez que me tocares, mato-te").

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