Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
12 de março de 2019 às 09:00

A morte do jornalismo: uma genealogia (parte II)

A única forma de salvar o jornalismo será o esforço híbrido, delicado, entre benefícios públicos, mecenato, vendas em papel de trabalhos premium, assinaturas e um misto de donativos de anónimos e de organizações da sociedade civil

Como salvar um magistério democrático quando já ninguém parece muito interessado nele? Com a imprensa frágil, de finanças débeis, em iminente atmosfera de crise económica, o escrutínio da política torna-se muito mais difícil e, talvez, impossível. Ainda de acordo com Jill Lepore na revistaNew Yorker, os conglomerados multinacionais de media são bons para o negócio mas péssimos para o jornalismo. Porém, nem eles resistiram aos agregadores noticiosos online, gratuitos para os leitores e versáteis na deglutição de anunciantes. O Facebook e a Google fizeram o resto, destruindo o mercado publicitário em papel. Mesmo símbolos como oNew York Timesou oWashington Postcometeram erros estratégicos gigantescos, subestimando a Internet e as redes sociais, que assim rapinaram o que puderam, enterrando de vez os exclusivos da imprensa clássica.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Cyber Crónicas

É urgente reconhecer a polícia

O descontentamento que se vive dentro da Polícia de Segurança Pública resulta de décadas de acumulação de fragilidades estruturais: salários de entrada pouco acima do mínimo nacional, suplementos que não refletem o risco real da função, instalações degradadas e falta de meios operacionais.