Se é hoje indiscutível que a crise do escrutínio jornalístico ameaça a sobrevivência das democracias representativas, será necessária uma intervenção do Estado, directa ou indirecta?
O relatório Cairncross, um estudo independente sobre o futuro do jornalismo britânico divulgado no início do mês, aponta a necessidade de intervenção do governo para a sobrevivência do jornalismo local e nacional - considerado, no seu conjunto, pedra basilar do edifício democrático - e de um financiamento público do exercício da actividade jornalística (mas não necessariamente dos grupos de media). Se é hoje indiscutível que a crise do escrutínio jornalístico ameaça a sobrevivência das democracias representativas, será necessária uma intervenção do Estado, directa (através de fundos de apoio ao jornalismo de "reconhecido interesse público") ou indirecta (graças a alívios fiscais às empresas do sector ou a reduções no IVA das assinaturas digitais)? Ao entregarmos parte do suporte do exercício do jornalismo às mesmas entidades públicas cuja acção ele deve escrutinar, não estaremos a ferir de morte a independência dos media?
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
As declarações do ministro das migrações, Thanos Plevris – “Se o seu pedido for rejeitado, tem duas opções: ir para a cadeia ou voltar para o seu país… Não é bem-vindo” – condensam o seu programa, em linha com o pensamento de Donald Trump e de André Ventura.
Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso