Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
05 de março de 2019 às 09:00

A morte do jornalismo: uma genealogia (parte 1)

Se é hoje indiscutível que a crise do escrutínio jornalístico ameaça a sobrevivência das democracias representativas, será necessária uma intervenção do Estado, directa ou indirecta?

O relatório Cairncross, um estudo independente sobre o futuro do jornalismo britânico divulgado no início do mês, aponta a necessidade de intervenção do governo para a sobrevivência do jornalismo local e nacional - considerado, no seu conjunto, pedra basilar do edifício democrático - e de um financiamento público do exercício da actividade jornalística (mas não necessariamente dos grupos de media). Se é hoje indiscutível que a crise do escrutínio jornalístico ameaça a sobrevivência das democracias representativas, será necessária uma intervenção do Estado, directa (através de fundos de apoio ao jornalismo de "reconhecido interesse público") ou indirecta (graças a alívios fiscais às empresas do sector ou a reduções no IVA das assinaturas digitais)? Ao entregarmos parte do suporte do exercício do jornalismo às mesmas entidades públicas cuja acção ele deve escrutinar, não estaremos a ferir de morte a independência dos media?

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