Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
02 de julho de 2017 às 13:00

O fogo suga tudo

A má política não pode esperar, precisa de usar a emotividade como catapulta e por isso quer respostas já, quer de desresponsabilização, quer de responsabilização. Os argumentos da má política são utilitários, são de defesa e de ataque e são clubistas

De que se pode falar a não ser dos fogos? Não se pode, mas pode-se. É uma sensação estranha falar de alguma outra coisa no meio do pico emotivo, e comunicacional, gerado pelos mortos no incêndio, mas já se percebeu que a política vem a galope. A boa e a má. É natural que assim seja, porque acontecimentos desta amplitude devem ser cuidadosamente analisados para se saber o que correu mal, e, sem dúvida, se atribuir responsabilidades. É boa política atribuir responsabilidades, mas é um processo que de modo geral leva algum tempo e esse tempo mais lento viola as leis da imediaticidade, quer comunicacionais quer da má política. A má política não pode esperar, precisa de usar a emotividade como catapulta e por isso quer respostas já, quer de desresponsabilização, quer de responsabilização. Os argumentos da má política são utilitários, são de defesa e de ataque e são clubistas: os nossos não têm nada a ver com o que se passou, os "outros" estão mergulhados completamente na culpa. 

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.