Apoiados numa série de falsas informações e teorias da conspiração, os negacionistas consideram que se vive numa “tirania”, numa ditadura sanitária em que as liberdades estão postas em causa e em que um plano mundial de controlo com objectivos políticos está em curso com o pretexto de uma doença irrelevante, a pandemia da Covid.
Nos dias de hoje, a palavra "liberdade" é uma das mais abastardadas pelo seu uso político, em parte pela Iniciativa Liberal, e no todo pelos negacionistas da Covid e das antivacinas. No primeiro caso, "liberdade" é reduzida ao liberalismo económico absoluto, ao neoliberalismo; no segundo, a um pretenso direito a negar a realidade da pandemia e a recusar as medidas sanitárias, em particular as restrições aos ajuntamentos, o uso de máscaras e as vacinas. O segundo movimento, o dos negacionistas, é hoje o mais agressivo e violento que se manifesta na democracia portuguesa, com ligações internacionais, com uma linguagem de ameaças contra todos os que se lhes opõem, e uma permanente disposição para o confronto. Essa agressividade não é apenas verbal, restrita às redes sociais, mas manifesta-se nas ruas e deu origem a incidentes como o que tentou "cercar" o presidente da Assembleia da República, ameaçando-o e à sua família e ao restaurante onde se encontrava. Nos comícios e nas redes sociais circulam ameaças de morte e de violência contra o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente do Governo Regional da Madeira, com a indiferença das autoridades, mesmo tratando-se de crimes.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."