…porque nunca se farão. A mim e a todos os portugueses de bom senso é insuportável o espectáculo mútuo de recriminações sempre que há uma qualquer catástrofe natural ou meio artificial, como são os incêndios. O poder é imediatamente criticado pela oposição de coisas mais ou menos estereotipadas, ou houve descoordenações, ou atrasos, ou falta de meios, ou os ministros deviam lá ter ido ou não deviam ter ido, falaram de mais ou de menos. Agora, antes, muda o poder, muda a oposição é sempre a mesma coisa. Devia haver uma autoridade técnica, respeitada e independente que pudesse a curto prazo dizer o que correu bem ou mal e quais são as responsabilidades. Não há nem nunca vai haver, seja sobre os incêndios, seja sobre qualquer matéria controversa. Não se trata de reduzir a política a uma avaliação técnica, trata-se de haver uma avaliação a partir da qual se possa partir para emitir uma opinião fundada ou que implique diferenças políticas e ideológicas, olhares diferentes que são normais, mas que ao falarem falem do que aconteceu…