A facilidade com que arranjamos pretextos para perder a humanidade
No fim do dia, muita gente conseguiu bater Rendeiro na baixeza, porque a perda de humanidade, a indiferença face ao sofrimento, é um pecado maior do que roubar.
João Rendeiro roubou por cima, pela alta finança e pela baixa moral. Foi condenado e fugiu. Resolveu comportar-se de forma arrogante e chamar a atenção sobre ele. Saiu-lhe tudo errado, escolheu mal o país para fugir e foi parar a uma cadeia mil vezes pior do que aquela em que teria de ir cumprir pena em Portugal. Por uma mistura de coisas infelizmente muito portuguesa, o desleixo pela fuga das autoridades nacionais tornou-se uma culpa a que todos queriam fugir, e o resultado é que foi deixado sozinho em circunstâncias degradantes. O homem tornou-se pestilento porque lembrava demasiadas cumplicidades e demasiadas negligências, e quem tinha a obrigação de cuidar de um cidadão português, fosse qual fosse a sua culpa, não fez nada do que era sua obrigação. É suposto os diplomatas terem a obrigação de protegerem todos, sublinho todos, os portugueses num país estrangeiro, mas que se saiba pouco ou nada fizeram, mesmo sabendo que as circunstâncias em que estava detido eram infra-humanas. Que se saiba, ele foi condenado a uma pena de prisão, não foi condenado nem a maus-tratos, nem a tortura, nem à pena de morte.
A facilidade com que arranjamos pretextos para perder a humanidade
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