Sempre que um crítico do Ipsilon publica um livro, o jornal faz como em certas aldeias de Portugal: mata um porco e distribui pedaços do lombo do suplemento aos seus trabalhadores
Que a sociedade portuguesa se caracteriza por uma insuficiência de autonomia intelectual e de críticas abertas e francas; que a imprensa deixou de ser um meio para criar opiniões esclarecidas, estimular a liberdade de crítica, reforçar a autonomia dos leitores, a prática de pôr em causa as ideias preconcebidas, e passou a ser um produto comercial que obedece aos interesses dos anunciantes, dos administradores e dos accionistas; que o nosso meio cultural é modelado pelos contactos pessoais, pelo clientelismo, pelo compadrio, pela endogamia, pela camaradagem oportunista e os apoios mútuos; que as secções de cultura servem sobretudo para fazer fretes e promover a vaidade dos colegas do jornal ou da revista onde uns e outros escrevem, ou seja, para benefício do seu estreitíssimo círculo de interesses particulares e de afinidades pessoais ou políticas; que as decisões tomadas pelos editores de cultura são movidas, não raro, por simpatias e antipatias, e menos por critérios de relevância social; que o contraponto dessas panelinhas são as campanhas de silêncio em torno de certos nomes ou personalidades; que os críticos são hoje meros publicitários e os seus textos meras manobras promocionais das editoras onde esses mesmos críticos publicam, traduzem, dirigem colecções, etc.; que as relações entre o jornalismo literário e as indústrias culturais são cada vez mais estreitas, o que propicia os esquemas, as maroscas, as alianças cómodas, as conivências, as solidariedades interesseiras; que todas essas redes de cumplicidades e de relações pessoais são tecidas, em grande medida, nos inúmeros eventos culturais – festivais, conferências, mesas redondas, lançamentos e sessões de autógrafos, feiras do livro, etc. – patrocinados pelas editoras, pelos consultores editoriais, pelas fundações, pelas autarquias, pelo Ministério da Cultura ou dos Negócios Estrangeiros, etc.
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Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?
Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.