Sábado – Pense por si

João Pedro George
João Pedro George
14 de novembro de 2018 às 09:00

Herdeiros e bastardos: Lobo Antunes, Pulido Valente e José Saramago

Há coisas importantes e decisivas que traem uma cumplicidade de pontos de vista entre António Lobo Antunes e Vasco Pulido Valente – e não me refiro à circunstância de se terem casado quatro vezes, de fumarem Marlboro e gostarem de ser fotografados com o cigarro entre os dedos

Na semana passada coloquei António Lobo Antunes (ALA) e Vasco Pulido Valente (VPV) cara a cara e procurei demonstrar que a aproximação entre ambos é rica de sentido. Para quebrar barreiras e estabelecer uma espécie de simpatia mútua – vivemos todos na esperança de que um verdadeiro encontro entre Vasco e António possa ainda produzir-se –, tentei explicar que os dois devem ser compreendidos em termos freudianos e que as respectivas entrevistas funcionam como mecanismos de substituição do divã psicanalítico, ou seja, um lugar onde é possível falar das fragilidades e assumir a carência de afectos sofrida no ambiente da infância. Com isso, pretendia mostrar que aquilo que assemelha ALA e VPV é mais interessante do que aquilo que os separa.

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