O capataz do PSD é um razoável contabilista mas não um líder com visão estratégica e suficiente apego a uma ideia de democracia pluralista, assente na liberdade de expressão, de imprensa e na separação de poderes. Rio, em certo sentido, é muito mais perigoso do que Ventura
As opiniões e as ideias tóxicas de Rui Rio sobre dois pilares essenciais de uma democracia, a liberdade de imprensa e a separação de poderes, são lamentáveis e não auguram nada de bom para a qualidade da democracia. Se saíssem da boca de André Ventura, tínhamos uma famosa "crise de regime" ou mesmo uma queda no abismo fascista, tal a facilidade com que hoje em dia a palavra está a vulgarizar-se na boca de velhos antifascistas e exclusivos guardiões da liberdade, do pluralismo e da tolerância... Mas como saíram da boca de alguém que lidera um dos históricos partidos fundadores do regime democrático, que pode ainda ter um papel numa futura solução de poder, são amortecidas por um conveniente silêncio institucional e partidário. Sobretudo de todos aqueles que fazem do debate público e político um habitual e cruel tiro ao alvo das franjas mais marginais do sistema político, do Chega a Joacine Moreira, passando pela Iniciativa Liberal e pelo PAN, ou se movimentam apenas no clássico maniqueísmo da esquerda contra a direita e vice-versa. Rio não teve sequer direito a umas piadas de Ricardo Araújo Pereira…
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.