Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
18 de fevereiro de 2016 às 10:22

Os assassinos de sentenças

A dinâmica histórica gerada pela convergência de duas grandes lutas da magistratura italiana (...) provou a cumplicidade de Corrado Carnevale com a Cosa Nostra

Corrado Carnevale, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, entrou na história sinistra de Itália como o melhor e mais eficaz amigo da Máfia. Antes e depois das bombas e dos tiros que mataram tantos polícias e juízes – de que Giovanni Falcone e Paolo Borsellino são as expressões maiores, mas não as únicas –, Carnevale tentou dinamitar o maxiprocesso de Palermo com questões processuais. Começou por declarar um excesso de prisão preventiva, num processo que não demorou mais de três anos entre a condenação em primeira instância de quase toda a cúpula da Máfia e o trânsito em julgado. Depois, desvalorizou a palavra dos "arrependidos", representando nesse momento o mesmo Estado delinquente que tentou evitar, a todo o custo, o julgamento da Máfia. Por fim, as suas decisões foram tão tonitruantes e unidireccionais que ficou conhecido como "o assassino de sentenças".

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