Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
23 de julho de 2020 às 05:30

O gangue de Salgado

Salgado era o senhor absoluto do mundo que criou nos últimos 30 anos. Todos os políticos, jornalistas, gestores a quem pagou eram empregados seus. Meros prestadores de serviços

Eram 16h38 quando Ricardo Salgado entrou na sala de audiência. Foi no passado dia 22 de janeiro, quase seis anos após a sua queda da condição de todo-poderoso chefe do Grupo Espírito Santo e do respetivo banco, de banqueiro que fazia e desfazia governos, que financiava Presidentes da República e primeiros-ministros, de criador da galáxia de poder que atingiu o zénite entre 2003 e 2014. Em 2003 viu um dos seus primeiros assalariados políticos a chefiar um governo. Depois de ter estado nos governos de Cavaco Silva, Durão Barroso fez a sua travessia do deserto por conta do emprego que Salgado lhe deu no GES. Daí para a frente, com Paulo Portas, Santana Lopes e Sócrates, Ricardo Salgado reinou como quis.

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