Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
30 de julho de 2020 às 05:30

Deixem-nos trabalhar

A crise de Covid que vivemos exige mais política e mais democracia, mais debate e mais escrutínio, não a sua redução a uma paródia de compadres que fingem em público divergências que apenas alimentam as cumplicidades privadas. Tem sido essa a matriz do relacionamento entre António Costa e Rui Rio

O acordo entre o PS e o PSD, ou melhor, entre António Costa e Rui Rio, para reduzir os debates quinzenais a uma conversa de amigos de dois em dois meses, é uma obscenidade política. Não pelos debates quinzenais em si, que podem perfeitamente ser mensais e ter um outro modelo que não o do duelo ao pôr do sol entre o primeiro-ministro e as oposições, mas pelo que ele representa de desvalorização da política, de desrespeito pelo valor da representação, pelos eleitores e contribuintes. Pela metáfora grotesca de obreirismo político vazio que comporta, numa altura em que são muitas as razões a exigir um outro comportamento, uma outra presença na vida pública, um outro empenho ao escrutínio do Governo, seja ele de cariz parlamentar, cívico, económico, administrativo ou mesmo judicial.

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