Só quem anda muito distraído é que pode ficar surpreendido com o facto de o SIS e o SIED (a secreta externa) atuarem muitas vezes à margem da lei e através dos departamentos operacionais de vigilância. O caso do assessor do ministro é só mais um.
A intervenção do SIS/SIRP no caso do assessor do ministro das Infraestruturas João Galamba – com telefonemas noturnos, encontros na rua, nomes de códigos, pressão psicológica e ameaças veladas depois de pedidos governamentais – só é estranha para quem tem andado muito distraído sobre o padrão de atuação dos serviços de informações portugueses, sobretudo dos seus departamentos operacionais que agem muitas vezes, e há mais de 30 anos, de forma ilegal. E sempre com o apoio das suas direções, a conivência de quem manda no Sistema de Informações da República Portuguesa e o "ombro amigo" (uma expressão do ex-espião Pedro Esteves) de quem instrumentalmente tem passado pela Comissão de Fiscalização das secretas – uma entidade que funcionou de forma irregular até 2000, tendo passado anos sem que fossem nomeados os seus membros. Hoje, e em face do que se deve investigar no caso do assessor do ministro, que credibilidade pública merece um órgão de fiscalização em que dois dos três elementos estiveram nos governos de António Costa?
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Importa que o Governo dê agora um sinal claro, concreto e visível, de que avançará rapidamente com um modelo de assessoria sólido, estável e devidamente dimensionado, para todos os tribunais portugueses, em ambas as jurisdições.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.